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Edison Keiji Yamamoto (1950-2012)

Trabalhou pela saúde pública

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Havia quem achasse Edison Keiji Yamamoto sortudo por ganhar parabéns e presentes duas vezes ao ano.

Ele tinha duas datas de aniversário. A família costumava comemorar em 18 de janeiro, quando ele nasceu. Nos seus documentos, porém, constava como sendo de 1° de julho, dia geralmente lembrado por colegas e amigos.

Mas, sempre muito reservado, Edison não fazia questão de comemoração dupla.

Filho de imigrantes japoneses, cresceu ajudando os pais na tinturaria da família, na zona oeste de São Paulo. Estudioso, foi cursar medicina na Santa Casa.

No trabalho, também era conhecido por seu jeito calado e simples -um "homem dos bastidores da saúde pública", diziam os colegas.

Sanitarista, dr. Keiji, como o chamavam, trabalhou no SUS (Sistema Único de Saúde) desde a sua criação, em 1988.

Preocupado com o bem-estar dos pacientes, realizou trabalhos na área de saúde auditiva, participou da criação da Casa do Parto de Sapopemba (zona leste da capital paulista) e na área de reabilitação física da Apae de Bauru (interior de SP).

Criticava escolhas políticas e não técnicas para cargos públicos na área da saúde. Foi após um episódio do gênero, conta o filho, Ricardo, que o pai começou a se sentir desanimado com o trabalho na Secretaria Estadual da Saúde.

"Ele passou a tirar as férias acumuladas. Sentia-se triste."

Há cerca de um ano, sofreu uma queda e foi internado. No hospital, teve um AVC (acidente vascular cerebral), o que complicou sua saúde. Morreu sábado (1º), aos 62 anos. Deixa Ricardo e a filha, Luciana.

coluna.obituario@uol.com.br

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