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Crise e corte de professores fazem PUC-SP perder espaço

Universidade é a 47ª colocada no Ranking Universitário Folha, entre 191 avaliadas

Apesar de cursos bem aceitos no mercado, instituição foi afetada no RUF pela baixa produção científica

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
JULIA BOARINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cursos bem avaliados pelo mercado de trabalho, mas baixa produção científica.

Essa mistura fez com que a PUC-SP, uma das instituições mais tradicionais do país, ficasse apenas na 47ª colocação do RUF (Ranking Universitário Folha), entre as 191 universidades avaliadas.

A escola ficou atrás de quatro outras PUCs (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais).

Considerando o Estado de São Paulo, ficou atrás do Mackenzie entre as privadas.

O que puxou a PUC-SP para baixo foi o item pesquisa, que analisou nove indicadores (como número de publicações científicas e captação de recursos para pesquisa).

Nesse item, a instituição ficou na 84ª colocação.

No meio acadêmico acredita-se que uma boa pesquisa melhora o ensino da universidade, pois os professores estão sempre em contato com as atualizações de suas áreas -além de contribuir para a ciência no país.

NOVOS CONTRATOS

Professores e ex-docentes da instituição consultados pela Folha reclamam da mudanças, implementadas de 2005 a 2011, na organização da jornada de trabalho. Elas reduziram o tempo para pesquisa e para preparação das aulas.

Até então, um professor com mestrado tinha 60% da jornada fora de sala de aula, e 40% dentro. Depois, passou a ficar 50% na sala.

A medida foi tomada num momento de crise financeira aguda da instituição, que já não conseguia pagar sua dívida com os bancos. Em 2006, cerca de 25% dos docentes chegaram a ser cortados.

A reorganização da jornada deu base para que aulas fossem cobertas pelos professores, usando período que antes eles faziam pesquisa. Também foi possível abrir vagas nos cursos, sem novas contratações de pessoal.

"INVIÁVEL"

Um caso simbólico do descontentamento com a mudança é o do professor de linguística Bruno Dallari. Após 11 anos na instituição, ele saiu da universidade, em 2009.

"Tive que assumir oito aulas por semestre, em vez das cinco turmas das quais era professor antes. Ficou inviável produzir pesquisas acadêmicas e manter a qualidade de ensino", disse.

Professor titular da pós-graduação em Educação da PUC-SP, Alípio Casali é mais otimista em relação à situação da universidade.

"Comparada com faculdades internacionais, somos uma instituição muito nova [fundada em 1946], ainda estamos aprendendo", afirmou. "A cada ano o número de teses de mestrado e doutorado aumenta, mas sempre temos que melhorar a qualidade e a quantidade."

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