Rodovias travam e volta a SP vira tormento

	Adriano Vizoni/Folhapress
	Trânsito parado na rodovia Rio-Santos na volta do feriado

O trânsito parado tornou sofrida a volta a São Paulo no pós-feriado ontem. Os motoristas levavam mais de seis horas entre o litoral norte e a capital paulista, mais do que o dobro de um dia normal.

Foi a repetição do que havia ocorrido na noite de quinta e na manhã de sexta, na ida do feriado de Independência.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) estimou que 1,8 milhão de veículos deixariam São Paulo rumo ao litoral ou ao interior -a frota em circulação na cidade é de mais de 4 milhões.

Na rodovia Rio-Santos, um trajeto de 60 km entre Maresias e Bertioga, normalmente percorrido em uma hora, levou quatro horas ontem. À tarde, a rodovia tinha 14 km de congestionamento. O empresário Marco Russo, 28, saiu de Juqueí e gastou cinco horas até São Paulo.

Houve quem cortasse pelo acostamento -o que, próximo ao acesso à Mogi-Bertioga, a Polícia Rodoviária inclusive permitia, como modo de dar fluidez ao tráfego.

Adiantava pouco, pois a própria Mogi-Bertioga tinha lentidão de 8 km no fim da tarde.

"Estava ruim só até a entrada para a Mogi-Bertioga. Depois, estava liberado", disse o auxiliar de vendas Rafael Yoshida, que levou três horas entre a praia de Guaratuba, em Bertioga, e São Paulo.

Os que deixaram para sair tarde da praia igualmente enfrentaram transtorno. Às 18h30, na balsa de Ilhabela a São Sebastião, a espera era de uma hora e meia.

O motorista que tentou sair do litoral norte pela Oswaldo Cruz, que dá acesso a Taubaté e à rodovia Presidente Dutra, encontrava 28 km de lentidão, quase um terço da extensão da estrada.

A rodovia dos Tamoios, outra saída do litoral, também tinha problemas.

Rota dos que voltam da Baixada Santista e do litoral sul, a Imigrantes tinha 42 km de lentidão, nos trechos de planalto e de serra. Na Anchieta, eram 24 km às 18h30. Fernanda Gaspar, 32, até antecipou a volta do Guarujá para o sábado, para fugir do rush -gastou quatro horas.

INTERIOR

A Fernão Dias era a pior entre as rodovias que ligam São Paulo ao interior: por volta das 17h, havia 33 km de lentidão, entre Bragança Paulista e Atibaia, e outros 9 km na altura de Mairiporã, de acordo com a concessionária Autopista Fernão Dias.

Na Régis Bittencourt, usada pelos motoristas quem voltam do sul do país, a serra do Cafezal -ponto crônico de congestionamentos pelo fato de ter pista simples- era o ponto que mais travava o trânsito: havia 21 km de lentidão.