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Roberto Napoleão Silva (1920-2012)

A elegância e a ginga do príncipe do samba

DO RIO

Dono de uma voz marcante, de uma elegância à moda antiga e de um porte nobre que lhe valeram o apelido de "príncipe do samba", o carioca Roberto Napoleão Silva morreu ontem, no Rio, aos 92 anos.

Último representante de uma estirpe de cantores clássicos da era do rádio, ele lutava há seis meses contra um câncer de próstata e havia sido internado no último dia 5, após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral). Morreu em casa, após falência de múltiplos órgãos.

Criado no morro do Cantagalo, em Copacabana (zona sul), e depois no subúrbio de Inhaúma (zona norte), Roberto começou sua carreira de intérprete aos 18 anos, na rádio Guanabara. Nos anos 1940, trabalhou para as rádios Nacional e Tupi, onde ganhou sua alcunha artística.

Discípulo da escola vocal de Orlando Silva, firmou-se como um dos maiores intérpretes de samba do país, admirado por artistas como João Gilberto, Paulinho da Viola e Caetano Veloso. Gravou mais de uma centena de compactos e LPs a partir de 1946.

Foi redescoberto por uma nova geração de sambistas neste século, após participação nos projetos "O Samba É Minha Nobreza" e "Casa de Samba", que viraram discos.

Conservou até o fim a elegância e a ginga, no corpo e na voz, como mostrou em um de seus últimos shows, em junho passado, no Instituto Moreira Salles do Rio -a apresentação está disponível no site blogdoims.uol.com.br.

Roberto era casado com Syone Guimarães da Costa e deixou sete filhos, além de netos e bisnetos. Foi enterrado ontem à tarde, no cemitério de Inhaúma, no Rio.

coluna.obituario@uol.com.br

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