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PM é morto na frente da filha de 2 anos

Soldado e a criança voltavam de um culto religioso na Assembleia de Deus quando três homens o assassinaram

Menina não ficou ferida; esse foi o 19º caso de policial morto na Grande São Paulo desde o início de junho

AFONSO BENITES
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Um policial militar de 44 anos foi assassinado na frente da filha de dois anos ao chegar em casa, às 20h50 de anteontem, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo.

Ele e a criança voltavam de um culto evangélico da Assembleia de Deus e foram abordados por três homens.

Segundo a PM, o trio disparou ao menos dez vezes. A menina não ficou ferida.

O soldado Joel Juvêncio da Silva é o 19º policial assassinado na Grande São Paulo nos últimos três meses, quando começou uma onda de ataques contra PMs. Em todo o ano, houve 60 PMs assassinados no Estado.

Os serviços de inteligência das polícias investigam se parte dos homicídios a partir de junho são retaliação à morte de seis supostos membros do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital), na zona leste, em maio.

"Como não foi o primeiro caso, nosso serviço de inteligência está investigando se essa é uma ação orquestrada ou se são casos isolados", disse o capitão Joaz Lima, coordenador operacional do 1° batalhão, onde Silva trabalhava na área administrativa.

Na mesma região onde Silva morreu, houve ao menos outras duas mortes de PMs recentemente. As vítimas foram o soldado Adilson Pereira de Araújo, 34, em 31 de julho, e Paulo César Lopes Carvalho, 40, em 22 de junho.

DESARMADO

A polícia descarta a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte) porque nenhum dos três criminosos anunciou o assalto e por causa da quantidade de tiros.

O PM morto estava desarmado. Ele havia deixado sua pistola dentro de casa.

Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso. Silva, que trabalhava na PM havia 24 anos, deixou mulher e quatro filhos. Ele estava a dois anos de se aposentar.

De acordo com amigos, ele era uma pessoa calma e bem quista no bairro em que passou toda a vida.

"Conheço toda a família dele desde que ele nasceu. Nunca vi ele se envolver em confusão. Era uma pessoa tranquila", afirmou o aposentado José Vieira do Carmo, 56.

No fim de semana, outro PM, esse aposentado, foi assassinado na Grande São Paulo. O soldado José Luiz de Paula Ferreira, 55, morreu em frente ao supermercado onde era segurança, na Vila Pires, em Santo André.

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