6 corpos são achados com sinais de tortura no RJ

Os corpos de seis jovens com idade entre 16 e 19 anos, sem antecedentes criminais, foram encontrados na manhã de ontem com sinais de tortura na rodovia Presidente Dutra, na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

A polícia suspeita que eles tenham sido mortos por criminosos do morro da Chatuba, em Mesquita, por morarem em área controlada por facção rival. O delegado Júlio da Silva Filho diz que eles podem ter sido confundidos com traficantes.

Os corpos de Glauber Siqueira, 17; Josias Searles, 16; Patrick Machado de Carvalho, 17; Victor Hugo da Costa, 16; Douglas Ribeiro, 16; e Christian de França Vieira, 19, estavam cobertos por lona, com membros fraturados, marcas de tiros de fuzil e facadas.

Os jovens estavam desaparecidos desde a tarde de sábado, quando deixaram suas casas no bairro Cabral, em Nilópolis (Baixada), para participar de um campeonato de pipas no Parque Nacional de Gericinó, em Mesquita. Em seguida, avisaram que iriam para uma cachoeira na região.

As investigações apontam que eles foram surpreendidos por criminosos num matagal do parque. De lá, foram levados para a Chatuba, situada ao lado do terreno federal.

Na noite de sábado, o pai de Christian Vieira conseguiu ligar para o celular de um amigo que estava com o filho. "Procura outro filho porque esse você não tem mais", disse o desconhecido que atendeu a ligação, segundo Rafaela Nascimento, tia do rapaz.

O delegado Júlio Filho afirmou que Remilton Moura da Silva Junior, conhecido como Juninho Cagão, apontado como chefe do tráfico na Chatuba, é o principal suspeito de ter ordenado a chacina.

Na madrugada de sábado, o PM José Augusto de Souza Alves Junior, 33, foi assassinado na mesma favela.

O corpo de um pastor, que não teve o nome divulgado, também foi localizado no final de semana, próximo à comunidade. Ele caminhava com fones de ouvido em uma trilha no parque e não teria ouvido a ordem dos traficantes para parar, sendo morto a tiros.