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Teste encontra pelo de rato em castanhas

Também havia problema em uvas-passas escuras; amostras foram coletadas no Pão de Açúcar e na Cerealista Helena

Outros locais foram visitados na capital paulista pela ProTeste, mas resultados de testes ainda não saíram

CLÁUDIA COLLUCCI
CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

A Associação de Consumidores (ProTeste) detectou pelo de rato em amostras de uvas-passas escuras e de castanhas-do-pará sem casca vendidas na capital paulista.

As amostras foram coletadas na Cerealista Helena, no Brás (região central), e no supermercado Pão de Açúcar, na Vila Mariana (zona sul). Os estabelecimentos estavam sendo notificados ontem.

A ProTeste enviou ofício à Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) de São Paulo e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pedindo a retirada dos produtos do mercado. O departamento de polícia que investiga infrações contra o consumidor e contra a saúde pública também foi acionado.

Os roedores (ratos, camundongos e ratazanas) são vetores de vírus e bactérias. Por meio do pelo, fezes ou urina podem transmitir doenças como leptospirose, salmonelose e hantavirose.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) já catalogou cerca de 200 doenças transmissíveis por roedores.

"É uma situação muito preocupante porque essas doenças podem ser letais. Mas é possível que os produtos passem por processos, como o de secagem, que minimizem o risco de contaminação", afirma o clínico-geral Paulo Olzon, professor da Unifesp.

RESULTADOS

A olho nu, o consumidor não consegue identificar os pelos do roedor, segundo Manuela Dias, técnica da ProTeste responsável pela análise.

Ela explica que as amostras foram recolhidas em junho. Só agora saíram os primeiros resultados.

"Pela legislação, temos a obrigação de alertar e pedir providências no momento em que tomamos conhecimento de um problema que representa risco à saúde pública."

Outros estabelecimentos foram visitados, mas a associação não quis divulgar os nomes porque os resultados ainda não estão prontos.

Manuela Dias diz que um dos lotes (de uva-passa, vendida a granel, do Pão de Açúcar) já venceu, e o produto não está à venda.

Mas outros dois (de castanha-do-pará sem casca, da marca Qualitá, do Pão de Açúcar, e de uva-passa escura, vendida a granel, da Cerealista Santa Helena) valem até outubro.

De acordo com a ProTeste, a presença de pelos de roedores nos alimentos mostra "grave falha" na implementação das boas práticas de fabricação.

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