Prédio treme e é interditado na Vila Olímpia

Estalos e tremores fizeram a Defesa Civil municipal retirar cerca de 80 moradores e interditar ontem um prédio de 14 andares, com lojas e 29 apartamentos, na Vila Olímpia, zona oeste de São Paulo.

"Ouvi um estrondo e as coisas que estavam na minha estante caíram ao chão", afirmou a administradora de empresas Helena Shotoko, 43.

Maria Aparecida Otero Loyolla, 67, falava ao telefone quando o sofá de seu apartamento, no primeiro andar, deu um "salto". Ao sair, viu moradores correndo e gritando. "Deram só três minutos para pegar minhas roupas e descer. Deu medo de morrer."

A interdição do edifício Ivany ocorreu em razão de problemas na estrutura de pilares, supostamente decorrentes de uma obra.

Desde 2010, o vizinho hospital São Luiz reforma um mezanino -do qual é dono-, abaixo da torre de apartamentos. No início de agosto, os condôminos pediram que fossem feitas obras no subsolo para reforçar os pilares que sustentam o mezanino.

Dez dias após iniciar o reforço, vieram os primeiros estalos. A Defesa Civil não interditou o imóvel, mas disse que o reforço era necessário.

Ontem, o órgão decidiu pela interdição após constatar que três colunas de sustentação têm defeitos que apontam para um sobrepeso.

Segundo o chefe da Defesa Civil, coronel Jair Paca de Lima, o prédio, na esquina da rua Desembargador Aguiar Valim com a avenida Santo Amaro, deve ficar interditado por oito a dez dias.

SEM DESTINO

Passava das 19h -dez horas após a evacuação- e parte dos moradores não sabia onde passaria a noite. Muitos foram para a casa de parentes e amigos. Outros aguardavam decisão do São Luiz.

Às 19h20, um representante do hospital chegou para anunciar acomodações em dois hotéis da região -alguns foram acomodados só às 22h.

"Queria dormir na minha cama, na minha casa, vendo a minha TV e comendo a minha comida", disse Shotoko.