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Sob ataques, PMs precisam revezar coletes à prova de balas em São Paulo

Motivo é a falta de reposição dos equipamentos de segurança, que possuem prazo de validade

Neste ano, 69 policiais militares foram mortos em São Paulo; governo diz que houve atraso no processo de licitação

LÉO ARCOVERDE
DO “AGORA”

Sob forte ataque de criminosos nos últimos meses, policiais militares da cidade de São Paulo estão fazendo rodízio de coletes à prova de balas por causa da falta do equipamento de segurança.

Na prática, o policial militar que assume o expediente pega o colete utilizado pelo colega que deixa o serviço.

Segundo os policiais, o revezamento está sendo feito por soldados do 2º Batalhão (zona leste). Com sede na Penha, a unidade possui um efetivo de 763 homens.

Eles reclamam que são obrigados a fazer o trajeto entre a casa e o serviço desprotegidos, em época de constantes ataques de criminosos.

Desde o começo do ano, 69 PMs foram mortos no Estado -no mesmo período do ano passado, foram 38 vítimas.

O colete à prova de balas precisa ser substituído periodicamente pois os equipamentos têm prazo de validade. Segundo soldados, a falta de reposição do material foi o que levou à fixação do revezamento pelos comandantes de companhias (subdivisões de um batalhão).

"Em julho, meu colete venceu e tive de devolvê-lo. Para evitar que eu ficasse sem, meu comandante impôs o revezamento", disse um policial da 4ª Companhia. Já na 1ª Companhia, o revezamento é feito desde janeiro.

O deputado estadual Olímpio Gomes (PDT), major da reserva, disse que recebe queixas de policiais de outras regiões da cidade com frequência, relatando que estão passando pelo mesmo problema.

Por lei, se um PM sem colete reagir a um roubo e for morto a caminho ou na volta do trabalho, a família dele perde o direito à indenização que é paga pelo Estado.

O governo diz que houve um atraso na licitação e que vai entregar 35 mil novos coletes até dezembro deste ano.

'BICO OFICIAL'

Policiais disseram que a falta de colete individual já impediu alguns deles de atuarem na Operação Delegada, o chamado "bico oficial".

Criada em 2009, a atividade permite que o policial trabalhe em dia de folga, fardado e armado, no combate a vendedores ambulantes ilegais, e seja pago pelas prefeituras. Oito horas de serviço rendem R$ 157 ao soldado.

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