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Artistas vão cobrir vagões de trem com véu na Mooca

Obra poderá ser vista em estação da CPTM

AMANDA KAMANCHEK
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A antiga estação no coração da Mooca, zona leste paulistana, é há cerca de dez anos um grande cemitério de vagões de trens abandonados. Mas esse cenário mudará: vai virar obra de arte.

Perto da atual estação Mooca da CPTM, a linha férrea foi sinônimo de progresso e riqueza no século passado - trens que passavam por ali carregavam minérios rumo ao porto de Santos.

Até o final do mês, quem tomar o trem de passageiros em direção à estação verá 1,2 km de vagões de carga cobertos por um véu branco.

Um grupo de artistas ganhou uma licitação da Prefeitura de São Paulo, que previa a colocação de obras de arte na cidade. "Só que ao invés de criar alguma coisa, decidimos interferir em algo que já existia ali", diz José Resende, idealizador do projeto.

Com a obra, os artistas Resende e Nelson Brissac, junto com a engenheira Heloísa Maringoni, pretendem discutir a ocupação urbana da região, o destino dos resíduos sólidos na cidade e o sucateamento dos trens.

Em paralelo à intervenção, eles também farão esculturas com contêineres no Memorial da América Latina, na Barra Funda (zona oeste). Isso acontecerá hoje, a partir das 9h.

A intervenção nos dois pontos da cidade pretende mostrar que o que é hoje um grande "entojo" pode ter uma outra serventia para cidade.

RESÍDUOS SÓLIDOS

"Queremos colocar o dedo na questão dos resíduos sólidos [como restos de demolições e sobras industriais] acumulados na cidade", explica Nelson Brissac.

Cerca de 30 dos vagões que serão cobertos pelo tecido branco já têm um destino.

Eles foram comprados em leilão pela siderúrgica Gerdau, que irá reciclar o material e transformá-lo em aço.

Mas de acordo com a estimativa do grupo ainda restam cerca de 40 mil vagões abandonados pelo Estado - muitos deles pertencem à União. "Antes de começar qualquer plano de revitalização [do bairro], esses vagões precisam ser removidos de onde estão", diz Brissac.

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