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Abram Jacob Szarfarc (1937-2012)

Abrahão Farc, dos guarda-chuvas aos palcos

Divulgação
O ator paulistano Abrahão Farc, que morreu anteontem
O ator paulistano Abrahão Farc, que morreu anteontem

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O filho de imigrantes poloneses Abram Jacob Szarfarc era um bom vendedor de guarda-chuvas quando, nos anos 60, viu um anúncio no jornal: o teatro Cacilda Becker procurava um ator para uma peça.

Em 1962, após conquistar o papel, estreou em "A Visita da Velha Senhora". E fez de Abrahão Farc seu nome artístico. Como a renda proveniente dos palcos era pouca, seguiria ainda por algum tempo como representante comercial.

Nascido em São Paulo, chegou a morar por um período num kibutz (comunidade agrícola) em Israel. Mas queria ser ator e retornou ao Brasil.

Em 1968, numa festa na casa da irmã de um amigo, conheceu a mulher, Sophia, hoje química e professora da Faculdade de Saúde Pública da USP. A dona da casa era Ana Rosa Kucinski, que, em 1974, como militante de esquerda, desapareceria com o marido.

Os dois se casaram em 1970. A partir daí, Abrahão dedicou-se só a ser ator. Foi do Teatro Oficina, fez trabalhos para a TV Tupi, Globo, SBT, Manchete e atuou em vários filmes.

Sophia adorava o trabalho do marido na peça "Pequenos Burgueses". Na TV, fez, entre outros, "Meu Pé de Laranja Lima" (1970), na Tupi, e "Sete Pecados" (2007), na Globo. Participou dos filmes "O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias" e "O Cheiro do Ralo", ambos de 2006.

Por ter horários flexíveis, tinha muito tempo para as filhas, que o chamavam de "Papito Cabrito", como conta Sophia. No teatro, sempre achava que poderia ter feito melhor.

Com um tumor no intestino, foi operado, mas pegou uma pneumonia. Morreu anteontem, aos 75, de falência de órgãos. Teve quatro netas.

coluna.obituario@uol.com.br

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