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Dilma pede a colega indonésio que revogue penas de morte

Em NY, presidente entregou cartas com apelos por brasileiros presos no país

Marco Archer Moreira e Rodrigo Gularte foram sentenciados à morte em 2004 por tráfico de cocaína

RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK

A presidente Dilma Rousseff entregou ontem duas cartas com apelos ao presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para revogar a condenação à morte de dois brasileiros com penas por tráfico de drogas.

"O presidente me disse que faria seus maiores esforços e disse que entendia as diferenças culturais e de hábitos entre os dois países. E eu entendo que as legislações são diferentes", afirmou Dilma, que participa em Nova York da Assembleia-Geral da ONU.

Após o encontro bilateral, paralelo ao evento, a presidente afirmou que essa "é uma boa notícia para as famílias" dos brasileiros, mas evitou detalhar exatamente o que significariam os "melhores esforços" do colega indonésio.

"Mas, vou falar para vocês, eu senti uma melhora muito grande no ambiente."

Os brasileiros são Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte.

Moreira foi condenado à morte em 2004 por tentar entrar no país com mais de 13 kg de cocaína escondidos dentro dos tubos da armação de uma asa-delta. Gularte foi pego igualmente com cocaína, no mesmo ano, só que a droga escondida numa prancha de surfe.

Em junho, um promotor indonésio chegou a anunciar que Archer, assim como outros presos estrangeiros, seria executado. O governo da Indonésia nunca confirmou.

A resposta de Yudhoyono a Dilma sinaliza que as penas podem ser convertidas a 20 anos de prisão, algo para o qual já houve precedentes.

Nenhum ocidental foi executado na Indonésia, o que faz o governo brasileiro ter esperança de reverter o caso.

Há cerca de 70 presos por tráfico condenados à morte no país, das mais diferentes procedências.

Pressões da Austrália e de países europeus acabaram detonando um movimento nacionalista no país, que acusa a "interferência estrangeira" e que potências querem "influenciar o Poder Judiciário" do país.

Em janeiro, Dilma marcou uma viagem ao país, onde já esteve em 2009, como ministra da Casa Civil, acompanhando o ex-presidente Lula.

Colaborou RICARDO GALLO

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