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Agência de Pinheiros é a 'mãe' do tatu-bola da Copa

Empresa na zona oeste desenhou a mascote escolhida dentre 47 opções

MARIANA DESIDÉRIO
DE SÃO PAULO

O Tolypeutes tricinctus, ou melhor, o tatu-bola, é um bicho típico da caatinga do Nordeste brasileiro. Mas tem um "primo" que surgiu bem longe dali. O tatu mascote da Copa-2014 é paulistano. Nasceu em Pinheiros, na zona oeste.

Com seu casco azul e ginga brasileira, ele surpreendeu como o escolhido para representar o campeonato da Fifa no país -o animal não é dos primeiros que vêm à mente quando se fala sobre a fauna brasileira.

Quem lembrou dele foi o pessoal da agência 100% Design. A empresa é pequena, com 22 funcionários. Está instalada num prédio espelhado e imponente de 24 andares, na rua Diogo Moreira, perto do largo da Batata.

Quando a porta do escritório se abre, porém, a parte sisuda fica do lado de fora. Ali, as cadeiras são rosa e laranja, os ambientes são divididos por vidros decorados e tem até uma "salinha de ideias", com livros, TV e futons para o pessoal descansar e se inspirar.

Para os clientes, também tem jujuba à vontade na sala de reuniões. E eles ainda podem admirar a vista privilegiada da cidade pelas janelas do 14º andar do edifício.

A diretora-geral, Renata Melman, afirma que todos na empresa participaram do trabalho para a Copa.

"Sempre que íamos trabalhar na mascote, vinha todo o mundo. Para mim, o resultado que conseguimos é uma prova de que funcionamos melhor em grupo."

Nas sessões de brainstorming surgiram diversas possibilidades: aves, felinos, seres inventados e até objetos.

"Até que alguém lembrou: 'Mas e o tatu?' E outro completou: 'Gente, o tatu vira bola!'", conta a diretora. Tudo a ver com futebol.

O processo até a escolha final levou nada menos que um ano e meio. No total, a federação analisou 47 propostas de seis agências brasileiras. No período, o tema tinha que ser segredo absoluto.

"Quando vazou na imprensa que o tatu seria a mascote, olhei para meus pais com aquele sorriso amarelo, mas não podia dizer nada", conta Daniel Innarelli, um dos designers da agência.

A decisão já tinha sido recebida pela empresa em janeiro. "Estávamos numa ligação com a Fifa e tivemos que pedir para repetirem várias vezes antes de acreditarmos. Choramos, gritamos, foi uma festa", diz a diretora de criação, Lilian Chifolo. Ela está na 100% Design desde o início da empresa, há 11 anos.

A agência é responsável pela ambientação da drogaria Onofre, pelas latas das tintas Coral e pelas embalagens dos biscoitos Piraquê. Mas o tatu-bola parece ser a menina dos olhos de toda a equipe.

"Outro dia, vimos o boneco do tatu no mercado e corremos para tirar fotos em todas as poses possíveis. É como um filho mesmo", diz Bruna Wehba, também designer.

Como todo pai, o pessoal da 100% Design acha que seu "filho" é "perfeito". Só tem uma coisa que incomoda: o nome. Nenhuma das opções lançadas pela Fifa parece agradar muito os criadores do bichinho. Entre Fuleco, Zuzeco e Amijubi, o povo da agência prefere mesmo é Tatu-Bola.

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