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Mortalidade infantil cai em SP, mas índices ainda são desiguais Taxa foi de 13,03, a cada mil nascidos vivos, para 11,41 entre 2006 e 2011; Perus (19,24) e Cambuci (1,75) são os extremos Variação entre os 96 distritos da cidade gera desnível e índices semelhantes aos de Dinamarca e Paraguai CAROLINA DE ANDRADECOLABORAÇÃO PARA A FOLHA EMILIO SANT’ANNA DE SÃO PAULO A taxa de mortalidade infantil -número de óbitos de crianças de até um ano de idade a cada mil nascidas vivas- na cidade de São Paulo caiu de 13,03 para 11,41 entre 2006 e 2011. Apesar de a disparidade entre os índices dos 96 distritos da capital também ter diminuído, ainda coexistem na indicadores semelhantes ao de países como o Paraguai e a Dinamarca. Os dados são do PRO-AIM (Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade) da prefeitura e servem de base para as estatísticas da Fundação Seade. No ano passado, os piores distritos foram Perus (19,24) e Anhanguera (18,43), ambos na zona norte. Cambuci, na região central, teve a melhor taxa da cidade: 1,75. A taxa de mortalidade infantil em Perus é comparável a do Paraguai, enquanto a do Cambuci aproxima-se das taxas de países desenvolvidos como Japão, Dinamarca, Alemanha e Suécia. Segundo a pesquisadora do Núcleo de Estudos de População (Nepo) e coordenadora de pós-graduação em demografia da Unicamp, Tirza Aidar, taxas de mortalidade infantil entre 15 e 20 indicam que ainda há um grande número de óbitos por motivos que seriam evitáveis. Essas mortes são relacionadas às condições socioeconômicas e à dificuldade de acesso aos serviços de saúde. "Quando se consegue controlar as causas evitáveis por procedimentos básicos de prevenção, acompanhamento da gestação, do parto e do pós-parto, espera-se uma taxa em torno de dez", afirma. A partir daí, a maioria dos óbitos se dá por complicações congênitas e fica mais difícil alcançar taxas mais baixas. SAÚDE DA FAMÍLIA A taxa de mortalidade infantil paulistana em 2011 fica acima da de países da América Latina como Chile, Cuba e Uruguai. No entanto, ainda é melhor do que o índice nacional, que em 2010 foi de 15,6 óbitos a cada mil nascidos vivos, segundo o IBGE. Em sete dos 96 distritos de São Paulo, a taxa, porém, é superior à média brasileira: Anhanguera, Cidade Tiradentes, Liberdade, Marsilac, Perus, Ponte Rasa e São Rafael. Para a pediatra e especialista em programas da Unicef Francisca Maria Andrade, entre as medidas que de fato surtem efeito na redução da mortalidade infantil está a ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família -voltado para a atenção básica. Hoje, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 44,7% do território da cidade e 81% dos usuários do SUS de São Paulo são cobertos pelo programa -uma parceria entre o governo federal e os municípios. "Existem também fatores que têm impacto na redução da mortalidade infantil, como o saneamento básico e o acesso à educação para a mãe", afirma a especialista. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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