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Até pais e diretores 'curtem' iniciativa

Entre as conquistas, carteiras e reformas

DE SÃO PAULO

A página que Guilherme Patrício, 14, mantém com a ajuda de um colega para falar dos problemas da escola ganhou, em menos de um mês, 800 seguidores. Metade veio em uma só semana.

Agora, ele tenta organizar o tempo para atualizá-la ao menos duas vezes ao dia junto com Victor Nascimento, 14.

A ideia é colocar fotos, contar sobre o dia a dia e falar sobre os problemas da Escola Estadual São Paulo, no centro da capital paulista. A maioria das queixas está relacionada à infraestrutura.

Uma das reclamações refere-se às janelas (que começam a ser trocadas) e carteiras quebradas. As rachaduras também são alvo do olhar atento do garoto, que sonha em fazer engenharia.

Enquanto isso não acontece, Guilherme acompanha as mudanças na escola, onde estuda há dois anos. E diz que tem o apoio de colegas e professores. "Eles pedem nossa ajuda para tentarmos melhorar [a escola]", conta.

Guilherme comemora duas conquistas: a instalação de uma porta em uma sala de aula e o "fim" de um buraco em um piso na área externa. Agora, quer cobrar segurança. "Aqui perto está cheio de usuários de droga. Já vi uma colega ser assaltada."

Mãe de Guilherme, Ivaneide Araújo, 47, diz que aprova a iniciativa dos garotos e espera por mais mudanças.

"Achei excelente. Vi que, depois da página, já tomaram algumas atitudes. É até pouco perante o problema que há por lá, mas já é um início."

Segundo Victor, que estuda no local há quatro anos, o próximo passo é fazer uma campanha para preservação -recentemente, a instituição foi alvo de uma depredação por alunos. Doze acabaram transferidos.

"Uma coordenadora deu a ideia. Além da página, vamos fazer cartazes e espalhar na escola. Queremos que isso não aconteça mais", diz.

A Secretaria da Educação de São Paulo diz que a escola recebeu 160 carteiras novas e que passará por uma reforma geral, ao custo de R$ 4,6 milhões. A previsão é que a obra comece no primeiro trimestre de 2013.

Florianópolis (SC)

Escola Municipal Maria Tomázia Coelho

Criada por Isadora, 13, motivou uma série de outros diários de classe na internet. Depois da iniciativa, a garota, que sonha em ser jornalista, conseguiu que a escola fosse reformada e os problemas, corrigidos. Mas passou a sofrer represálias e chegou a ter que prestar depoimento na delegacia

Itamaraju (Ba)

Colégio Luiz Eduardo Magalhães

Emerson, 18, comemora conquistas: o conserto das portas no banheiro feminino, a instalação de cortinas para evitar o sol e o retorno dos lanches, que não eram servidos há dois meses. Agora, falta corrigir problemas como fechaduras quebradas, fiação exposta e a falta de proteção nas janelas

Belém (pa)

Escola Estadual Alexandre Zacharias de Assunção

Sem conseguir aguentar o calor devido à falta de ventiladores, Michael, 18, passou a estudar no período da manhã. Hoje, fala sobre o problema no diário de classe, onde também reivindica a construção de uma quadra esportiva para voltar a ter aulas de educação física, suspensas há dois anos

São Paulo

Escola Estadual São Paulo

Na página de Guilherme e Victor, 14, há relatos do dia a dia na escola. Mas também há imagens de rachaduras, portas e janelas quebradas e reclamações sobre a presença de usuários de drogas nos arredores. Ao saber do diário, a direção pediu apoio dos alunos para iniciar uma campanha contra o vandalismo

(NATÁLIA CANCIAN)

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