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Alberto Alves dos Santos (1931-2012)

Seu Beto, sambista da Mocidade

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Todos os anos, na quadra da Mocidade Alegre, em São Paulo, antes do anúncio do samba-enredo escolhido para ser levado à avenida, Alberto Alves, o seu Beto, cantava no microfone "Receita de Bamba", de autoria própria.

Diz a letra, feita para consolar os músicos que tiveram seus trabalhos preteridos no concurso: "O Importante é competir/ Entrar no jogo e saber perder/ Ontem fui eu/ Amanhã poderá ser você".

Embora não estivesse presente no dia da criação da agremiação, em 24 de setembro de 1967, seu Beto era considerado um dos fundadores da escola, por ter se juntado a ela em seus primórdios.

Pedreiro, trabalhou nos anos 70 na construção da quadra da Mocidade, onde antes era um ferro velho no Limão, na zona norte de São Paulo.

Também compositor, sempre esteve ligado à área musical e era o presidente de honra da ala dos compositores.

Três sambas seus já foram defendidos pela escola: "São Paulo, Trabalho, Seresta e Samba" (1972), "A Revolta dos Malês" (1979) e "Visungo, Canto de Riqueza" (1981).

Tinha o título de compositor Rosa de Ouro, uma espécie de comenda do samba.

Ia à Mocidade todas as terças, participar de reuniões. Turrão, não gostava de falar de sua vida e, quando pegava caronas, não deixava que o levassem até a porta de casa.

Por isso, apesar de antigo na escola, poucos sabiam detalhes de sua história -sabe-se que morava sozinho em algum lugar da Aclimação.

Há poucas semanas, descobriu um câncer. Morreu ontem, aos 81 anos. Até a noite de ontem, não havia informações sobre seu enterro.

coluna.obituario@uol.com.br

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