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Longe das UPPs, violência cresce no Rio

Em 53 bairros não ocupados houve 315 mortes no 1º semestre; na zona sul, onde todas as favelas têm unidades, foram 20

Para reduzir índices, tropas federais e do Estado ocupam favelas de Manguinhos e do Jacarezinho no domingo

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

Longe de onde estão as 28 UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) já instaladas no Rio -na zona sul e em parte da zona norte, principalmente em torno do Maracanã- a violência aumentou.

Levantamento da Folha com base nas estatísticas da Secretaria de Segurança mostra que os índices subiram em, pelo menos, três Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp, divisão implantada pelo Estado a partir de 2003 para que, em cada região, batalhões da PM e delegacias trabalhem de forma integrada).

Juntas, essas três áreas concentram 53 bairros, como Madureira, Jacarezinho e Costa Barros, e pouco mais de 1,5 milhão de habitantes, um quarto da população da cidade.

Somando-se as ocorrências nos 53 bairros, foram registradas 315 mortes violentas nos seis primeiros meses do ano, mais de uma por dia. No ano passado, no mesmo período, o total foi de 297 casos.

Na zona sul, onde todas as favelas têm UPPs, houve 20 mortes violentas ao longo do primeiro semestre de 2012.

Numa tentativa de reduzir os índices nessas áreas, a secretaria fará uma operação para ocupar no domingo as favelas de Manguinhos, Mandela e Jacarezinho, na zona norte.

Tropas federais vão auxiliar na ocupação, nos moldes do que ocorreu no Complexo do Alemão e na Rocinha. A ocupação é o primeiro passo para a instalação das UPPs.

A confirmação com antecedência é estratégia da pasta para evitar confronto com criminosos e, consequentemente, vítimas inocentes.

POLICIAIS COM MEDO

Não faltam histórias de violência nas áreas ainda não ocupadas por UPPs. Os policiais civis da 39ª DP (Pavuna, zona norte), por exemplo, formam comboios para ir para casa. Temem ser assaltados.

Segundo um policial, grupos de áreas ocupadas se abrigaram em Costa Barros, de onde controlam o tráfico. Quando precisam de dinheiro rápido, saem para assaltar.

"As UPPs não são a solução para este tipo de crime urbano", diz o subsecretário de Segurança, Roberto Sá, que defende patrulhamento e prisões.

Em Costa Barros, o policiamento é feito por 70 PMs por dia: um para cada 7.000 habitantes. No Jacarezinho, há um PM para 6.000. Na zona sul da cidade a proporção é de um PM para cada 960.

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