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Análise

Com um adulto por perto, 'Carrossel' pode ser ótima

Crianças estão imitando os personagens. se for uma birra de Maria Joaquina, aí complica

LAURA MATTOS
EDITORA DA “FOLHINHA”

Duas polêmicas, pelo menos, rondam o atual sucesso de "Carrossel", do SBT.

A primeira é o fato de a novela infantil fazer merchandising, inclusive com as crianças do elenco.

O próprio Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) condena que se use o apelo de um personagem do universo infantil para vender produtos diretamente. Quando esse personagem é também uma criança, tanto pior.

Mas os alunos da Escola Mundial tornaram-se galinhas dos ovos de ouro. Além da propaganda embutida na novela, faturam com licenciamento e bombam a audiência de todo o canal -hoje mesmo Larissa Manoela/Maria Joaquina vai cantar no "Domingo Legal"...

A falta de freio do SBT com o uso das crianças nesse novo baú da felicidade é um prato cheio para quem defende que a autorregulamentação não é suficiente para evitar abusos. E não são poucos os projetos de lei propondo controle do governo na publicidade infantil.

Uma outra controvérsia é menos política e ronda conversas de professores e pais. Crianças estão imitando o comportamento dos personagens. Se for um gesto meigo de Cirilo, ótimo, mas se for uma birra de Maria Joaquina, aí complica.

Tanto essa questão quanto a da publicidade só reforçam algo que parece consenso entre especialistas em mídia e criança: é preciso sentar ao lado dos filhos no sofá.

Com um adulto ao lado para dizer que a sandália da marca tal não é boa só porque Maria Joaquina usa ou que ela não deveria tratar Cirilo mal só porque ele é pobre, "Carrossel" pode ser um ótimo programa. Assim como qualquer infantil, aliás.

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