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Fachada do edifício Belas Artes vira patrimônio histórico

Conselho estadual aprovou o tombamento do lado externo do prédio, que até 2011 abrigava o cinema de mesmo nome

Decisão foi tomada após caso ir parar na Justiça; espaço interno do local poderá ser modificado pelos proprietários

Nelson Antoine -17.mar.2012/Fotoarena
Fachada do Belas Artes, no centro da cidade, que abrigava o cinema de mesmo nome
Fachada do Belas Artes, no centro da cidade, que abrigava o cinema de mesmo nome

JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO

A fachada do edifício Belas Artes, no centro, que abrigou até o ano passado o cinema de mesmo nome, não poderá mais ser alterada. A estrutura interna, porém, poderá ser modificada e usada livremente pelos proprietários.

O lado externo foi tombada ontem pelo Condephaat (conselho estadual do patrimônio histórico), após a polêmica criada com o fechamento do cinema ter ido parar na Justiça.

De acordo com a decisão, além do tombamento da fachada deverá haver uma "integração visual entre o espaço interno e externo, em trecho de quatro metros a partir do alinhamento do lote no passeio público".

Ficou determinado que o tombamento contemple "elementos na calçada e fachada que remontem à memória do cinema", que foi aberto no local no início dos anos 1940.

O conselho decidiu com 16 votos favoráveis à análise do relator, Francisco Alambert, do Departamento de História da USP, e duas abstenções.

Em uma primeira avaliação, em 2011, o Condephaat arquivou o processo para proteger o local, que fica na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação.

A reavaliação feita ontem aconteceu após uma ação do Ministério Público, que resultou numa ordem judicial da 13ª Vara da Fazenda Pública.

"É um reconhecimento importante, mesmo que, eventualmente, a estrutura interna seja destruída. O ideal seria garantir que o local só tivesse uso cultural, mas foi um primeiro passo", afirmou André Sturm, ex-proprietário do cine Belas Artes e atual diretor do MIS (Museu de Imagem e Som) de São Paulo.

Procurado, o dono do edifício, o empresário Flávio Maluf, não foi localizado.

Em sua avaliação, o relator argumentou que "é preciso preservar esse lugar de memória e esse espaço histórico e cultural. Para isso, mostra-se que mesmo se tratando de um bem privado, sua existência social é pública".

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