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Agentes e escrivães da PF encerram greve após 69 dias

Após assembleias, servidores de 23 Estados e DF decidiram voltar hoje ao trabalho

Categoria pretende retomar as negociações e aceitar proposta do governo federal de 15% de reajuste salarial

FERNANDO MELLO
DE BRASÍLIA

Depois de 69 dias de paralisação, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram ontem encerrar a greve.

Em assembleias independentes, policiais de 23 Estados e do Distrito Federal votaram pela volta ao trabalho, já nesta terça-feira.

Apenas policiais de dois Estados -Alagoas e Rio Grande do Norte- votaram pela continuidade da greve, mas foram derrotados pela maioria e também retomarão as atividades.

Os grevistas da PF ficaram isolados depois que todas as outras categorias que também paralisaram suas atividades negociaram com o governo federal e encerraram suas respectivas greves.

O funcionalismo federal realizou, no primeiro semestre, uma onda de protestos.

A greve da Polícia Federal contou apenas com agentes, escrivães e papiloscopistas (especialista em identificação), não tendo o apoio dos delegados.

Essa última categoria aceitou proposta do governo, de aumento salarial de 15% dividido em três anos. Isso evidenciou um racha entre as duas categorias.

Com o fim da greve, os policiais querem retomar as negociações com o governo e aceitar o aumento salarial proposto anteriormente, de 15% -a categoria reivindicava que o salário inicial, de R$ 7.200, passasse para cerca de R$ 13 mil em cinco anos, reajuste de 108%.

Na semana passada, policiais federais se reuniram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

REESTRUTURAÇÃO

"Sempre deixamos claro que nossa meta é a reestruturação da carreira e da tabela salarial e vamos lutar por esta agenda", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink.

Além de reajuste de salário, os grevistas questionavam a estrutura de cargos da instituição e cobravam o reconhecimento de suas atividades como sendo de nível superior.

Os agentes reivindicam que seus pares possam alcançar os cargos máximos da Polícia Federal, inclusive o de diretor-geral, o que não é aceito pelos delegados.

JUSTIÇA

Há 15 dias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconheceu a legitimidade da greve, mas fixou a necessidade de manutenção de cotas mínimas de servidores em algumas áreas de trabalho.

A paralisação reduziu drasticamente o número de operações da PF.

Como a Folha mostrou em setembro, em média, foram 23 por mês de janeiro a julho. Já no período de greve, esse número caiu para 13.

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