Ocupação força migração de usuários de crack

Um dia após as forças de segurança ocuparem as favelas do Complexo de Manguinhos e do Jacarezinho, na zona norte do Rio, usuários de crack da região migraram para a frente do Departamento Náutico do São Cristóvão Futebol e Regatas, em Ramos, bairro vizinho.

Em meio a montes de lixo, os usuários de drogas improvisaram acampamentos no local. Também ocuparam o espaço debaixo de um viaduto que dá acesso à avenida Brasil, local que fica escondido por placas das obras da Transcarioca - corredor expresso de ônibus que está sendo construído na avenida.

"Alguns estão há seis meses ali, mas de uns dias para cá [quando começaram as operações para a ocupação do Complexo de Manguinhos] aumentou o número de viciados. Seria bom para eles e para nós se alguém viesse ajudar, porque é uma situação desumana", disse à reportagem Maria da Luz Santos, assistente administrativa do Departamento Náutico do São Cristóvão.

Ontem à tarde, policiais estiveram no local, mas não retiraram os usuários. Alguns até chegaram a sair da área, mas outro grupo se instalou do outro lado da via.

Os policiais recolheram utensílios e objetos do acampamento que havia sido montado pelos dependentes químicos.

Grupos de usuários de droga de Manguinhos e do Jacarezinho também migraram para as entradas de outras comunidades próximas, como Nova Holanda e Parque União, no Complexo da Maré, uma região que ainda não foi ocupada pelas forças de segurança.

LIMPEZA

Um dia depois da ocupação policial, agentes do município percorreram as ruas de Manguinhos e Jacarezinho para executar serviços como limpeza e reparos na rede de iluminação pública.

Foram recolhidas 220 toneladas de lixo nas ruas das favelas. Ralos e caixas que formam o sistema de drenagem local também foram limpos.

Cerca de 300 pontos de iluminação, que estavam queimados ou haviam sido destruídos, foram recuperados.