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Autor leva Jabuti em votação controversa

A Câmara Brasileira do Livro divulgou na noite de ontem os vencedores das 29 categorias do Prêmio Jabuti.

"Nihonjin" (ed. Benvirá), de Oscar Nakasato, recebeu o Prêmio Jabuti de melhor romance após uma votação que causou controvérsia.

A vitória de Nakasato, romancista de primeira viagem, foi favorecida pelos votos de um dos jurados da categoria, identificado como "C".

Último dos três jurados a votar, "C" favoreceu autores estreantes ou com poucos livros publicados em detrimento de nomes consagrados, desequilibrando o resultado.

O segundo lugar da categoria foi para "Naqueles Morros, Depois da Chuva" (ed. Hedra), de Edival Lourenço. "O Estranho no Corredor" (Editora 34), de Chico Lopes, ficou em terceiro.

Ana Maria Machado, que concorria pelo livro "Infâmia" (ed. Objetiva), recebeu de "C" nota 0, numa escala que vai até 10, em dois dos critérios da votação. Se apenas a pontuação dos dois outros jurados fosse considerada, ela teria vencido.

Wilson Bueno e Domingos Pellegrini receberam notas entre 1 e 1,5 de "C".

"Não fiquei satisfeito, preferia que as notas fossem mais equilibradas. Mas os jurados têm total liberdade. O resultado é inquestionável", diz José Luiz Goldfarb, curador do prêmio.

A identidade dos jurados será divulgada em 28/11, quando os prêmios serão entregues aos vencedores.

Goldfarb comentou que vai propor mudanças na próxima edição do prêmio, como a inclusão de mais um jurado, para evitar que a "matemática" tenha peso demais no resultado final.

Outra surpresa ocorreu na categoria infantil. "Benjamin: Poemas com Desenhos e Músicas" (ed. Melhoramentos), de Biagio D'Angelo, eleito o melhor livro, inicialmente tinha ficado de fora da lista de finalistas da categoria, divulgada em 18/10, por erro de contagem.

Um dos jurados questionou na época a votação, e o livro apareceu na lista uma semana depois.