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Maria Helena Novaes Mira (1926-2012)

Malena, uma pioneira da psicologia

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em 2000, Maria Helena Novaes Mira, a Malena, foi condecorada com a ordem do mérito educativo. Modesta, como é descrita, a professora emérita da PUC-Rio mantinha a medalha quieta na gaveta, como se fosse um objeto qualquer.

Nascida no Rio, morou dos sete aos 15 anos num casarão da Paulista, em São Paulo. Por isso, era uma carioca sem sotaque, como brincavam.

Com apenas 16 anos, entrou em letras neolatinas. Formou-se aos 19 e foi fazer um curso sobre museus. Passou seis meses na Europa visitando centos de arte. Também estudou terapia ocupacional e reabilitação antes de enveredar, nos anos 50, para a psicologia.

Especializou-se na área em 1957, no Isop (Instituto de Seleção e Orientação Profissional) da FGV, antes mesmo de a profissão de psicólogo ser regulamentada no Brasil -o que só ocorreria em 1962. Maria Helena participou da comissão que regulamentou a lei.

Fez especialização na Universidade de Genebra (Suíça), doutorado na PUC (1968) e pós-doutorado na França. Chegou a ser aluna de Jean Piaget.

Professora também da UFRJ, colaborou com projetos dos ministérios da Educação e da Saúde. Pesquisou criatividade e superdotação e lançou, entre outros, "Psicologia Escolar" e "Psicologia da Criatividade". Escreveu sempre à mão.

Desde 1996, dedicava-se a um projeto de "reciclagem sociocultural na terceira idade".

Era sorridente e atenciosa com todos com quem conversava, como contam as amigas.

Morreu em 17 de setembro, aos 86, após um infarto. Amanhã, haverá uma missa de 30º dia às 12h, na igreja do Sagrado Coração, na PUC-Rio, na Gávea. Viúva, não deixa filhos.

coluna.obituario@uol.com.br

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