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Aldo Bartholomeu (1914-2012)

Determinado a se tornar um oftalmologista

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O paulista de Santa Rita do Passa Quatro Aldo Bartholomeu tinha um sonho: ser médico. Veio a São Paulo aos 14 anos e aqui se formou na USP -mas em medicina veterinária. Era, porém, determinado.

Nos anos 40, o filho de italianos (pai marceneiro, mãe costureira) topou com uma moça na rua e prometeu a si mesmo que se casaria com ela.

Descobriu o nome da pretendente (Antonieta, a quem passou a chamar de Tutinha) e consumou a união em 1945.

Só depois de casado iria realizar, em 1951, o sonho de se formar em medicina, pela Unifesp -o que não fizera antes por falta de recursos e pela necessidade de trabalhar.

Aldo foi diretor do ensino agrícola da Secretaria de Agricultura. Ajudou a fundar escolas agrícolas pelo interior.

No anos 60, já como oftalmologista, tinha uma das maiores clínicas da capital em sua especialidade, como conta a filha, Maria Aparecida.

Vestia-se de paletó branco e gravata vermelha. Simples, tinha só um terno e dois pares de sapato. Um dia, voltou para casa descalço, pois encontrara alguém que precisava mais dos calçados do que ele.

Aposentou-se aos 72 para se dedicar aos netos, mas continuou acompanhando a medicina por causa do genro, Tadeu, também oftalmo.

Há cerca de dez anos, ficou cego, mas nunca se queixou.

Deu seu depoimento ao livro "Um Olhar Sobre São Paulo", de Ricardo Viveiros, e escreveu, entre outros, um livro infantil.

Viúvo desde 1999, morreu na terça (16), aos 98, devido a uma pneumonia. Deixa filha, dois netos, três bisnetas e sobrinhos-netos. A missa será hoje, às 12h45, na igreja N. Sra. do Brasil, na capital.

coluna.obituario@uol.com.br

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