Desembargador aposentado é morto a tiros em Niterói

O desembargador aposentado Gilberto Fernandes, 78, morreu após ser atingido por dois tiros, na madrugada de ontem, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio.

A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio -roubo seguido de morte-, mesmo que os criminosos não tenham levado qualquer pertence do magistrado.

No local do crime, não foi encontrado nenhum projétil.

Primeiro desembargador negro do Tribunal de Justiça do Estado, Fernandes tinha ido buscar na escola seus netos, de 12 e 15 anos, quando foi rendido por dois homens armados, por volta das 22h de quinta-feira.

Em nota, a Polícia Civil informou que, de acordo com testemunhas, o desembargador teria dado marcha a ré no automóvel para fugir.

Fernandes levou um tiro na cabeça e outro no peito. Ele morreu no hospital, quatro horas depois.

Os policiais passaram o dia em busca de imagens de câmeras de segurança de prédios e comércios próximos.

Os netos do desembargador serão chamados a depor nos próximos dias.

O presidente do IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros), Fernando Fragoso, divulgou nota lamentando a morte do desembargador.

"Ele prestou importante serviço público durante os anos que esteve em atividade, sempre realizando seu trabalho com preciosismo e dedicação. Sempre será exemplo para os que se iniciam na profissão", disse.

OUTRO CASO

Cidade com o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado, Niterói vem sendo alvo de ações violentas desde o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011.

Pouco antes da tentativa de assalto ao desembargador, o vereador recém-eleito Lúcio Diniz Araújo Martelo, conhecido como Lúcio do Nevada (PRP), foi assassinado com pelo menos oito tiros de pistola 9 milímetros no bairro Santa Bárbara.

Uma das hipóteses em análise pela polícia é a de crime por motivações políticas. Martelo saía da casa do pai para ir a um comício. (MARCO ANTÔNIO MARTINS)