Vizinhos querem regras para protesto na Roosevelt

Menos de um mês desde a sua reinauguração, a praça Roosevelt (região central de São Paulo) já virou palco de protestos e festivais. Foram ao menos quatro, e outro está programado para hoje.

O maior, no último fim de semana, foi o "Existe amor em SP", que tinha como alvo a administração do prefeito Gilberto Kassab (PSD). Com shows, reuniu cerca de 2.000 pessoas, segundo a prefeitura, e 20 mil, segundo os organizadores.

Após o evento, moradores reclamaram do barulho e da sujeira. A prefeitura calcula em R$ 73 mil o custo dos danos à praça, incluindo lixeiras pichadas e canteiros, bancos e gradis danificados.

Com a previsão de mais mobilizações em torno da praça, a associação Ação Local Roosevelt se mobilizou e pediu à prefeitura que cobre critérios para os eventos.

Entre eles, estão respeito ao limite de ruído, instalação de banheiros químicos e aviso prévio à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

"Existem certas regras simples que você tem que assegurar", diz Luis Cuza, diretor da associação.

PÚBLICA

Sueli Lopes, 60, dona de um pet shop no local, diz que a praça "é feita para o público", mas criticou a sujeira pós-evento. "Espaço tem para todo mundo, é só saber usá-lo."

Pablo Capilé, envolvido na organização do festival do último fim de semana, afirma que a prefeitura deveria ter fornecido uma estrutura para garantir a manutenção da praça, como banheiros químicos e cerco aos canteiros.

"A prefeitura tem que estar preparada pra dar conta dos cidadãos ocupando os espaços públicos."

A Prefeitura de São Paulo diz que recebeu os ofícios da Ação Local Roosevelt, mas ressaltou que não é preciso autorização para manifestações.

A Folha apurou, porém, que está prevista para a semana que vem uma reunião sobre o caso. Uma das possibilidades é criar regras, como impedir a montagem de palcos.