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Análise Projeto enfrenta problemas como descontinuidade e uso político MALU RIBEIROESPECIAL PARA A FOLHA Passadas duas décadas desde que o jacaré Teimoso -como foi apelidado pelos paulistanos- apareceu nas águas poluídas do Tietê, na capital, e despertou a atenção da sociedade para a necessidade de despoluir o maior rio do Estado, persistimos engajados nessa luta. A descontinuidade das obras do projeto Tietê durante as sucessões administrativas, o descaso com o saneamento básico, a falta de entendimento da sociedade de que os investimentos em saneamento resultam em saúde pública e, sobretudo, a transparência na gestão do programa ainda são os principais desafios a serem vencidos. A falta de transparência e a ausência de um pacto para gestão integrada da bacia hidrográfica do Alto Tietê -que engloba os 34 municípios da região metropolitana- durante a primeira etapa do projeto, associada a seu uso político, com a divulgação em ano eleitoral de que, em curto espaço de tempo seria possível beber água do rio, por pouco não fizeram com que ele caísse em descredito. Desde 1993, a SOS Mata Atlântica faz a coleta e a análise da qualidade da água do rio, ao longo dos seus 1.100 km. Durante a segunda etapa, realizamos análises mensais de qualidade da água em 350 pontos de coleta e conseguimos comprovar que o Tietê está "saindo da UTI" na medida em que o volume do esgoto coletado e tratado aumenta na região metropolitana e que a carga de poluição exportada para outras regiões recua. A meta divulgada para 2015 é exequível. A sociedade pode priorizar o projeto Tietê e pressionar para que obras e ações planejadas para a quarta etapa sejam antecipadas e executadas conjuntamente com as metas desta fase atual. A Sabesp tem capacidade técnica, financeira e política para isso. Assim como para trazer outros atores para promover ações conjuntas de recuperação de matas ciliares, para aumentar a eficiência na coleta e reciclagem de resíduos sólidos, promover o replanejamento integrado da bacia e a desmarginalização de rios urbanos, entre outras ações, como educação ambiental. Esses esforços podem contribuir, em muito, para os avanços esperados e para que o cidadão possa voltar a usar o rio. MALU RIBEIRO é coordenadora da Rede de Águas da Fundação SOS Mata Atlântica Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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