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Intervenções urbanas dividem especialistas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Grafiteiros, arquitetos e urbanistas se dividem quando o assunto é intervenções urbanas por meio de grafites e pichações. Há quem defenda que elas ajudam na "humanização" da cidade.

"O cotidiano da metrópole coloca as pessoas numa apatia. E as intervenções causam uma surpresa, fazem com que elas percebam que a cidade tem uma dimensão humana", diz Kazuo Nakano, 41, urbanista do Instituto Pólis, uma ONG que trabalha com estudos, formação e assessoria em políticas sociais.

Outros são a favor das manifestações, mas com ressalvas. "Não se pode dizer que tudo é tolerável", diz Valter Caldana, 50, diretor da FAU-Mackenzie. "Vira e mexe temos pichações de patrimônios públicos de grande importância", critica.

"Não gosto de ver as ruas do Rio rabiscadas por ninguém. Daí que detesto tanto as pichações quanto esses horrendos grafites", diz o escritor Ruy Castro, 64, colunista da Folha.

AVAL PÚBLICO

Hoje em dia, obter autorização para fazer um grafite numa cidade como São Paulo não é tarefa tão árdua.

"Já conseguimos aprovação [da prefeitura] em menos de cinco dias", conta Leandro Ogalha, 31, produtor do coletivo Intervenções.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, "a Lei Cidade Limpa prevê instrumentos que ordenam a paisagem urbana, o grafite ou qualquer outra expressão da chamada arte de rua".

A responsável por aprovar o grafite é a CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), prevista pela Lei Cidade Limpa, em conjunto com as subprefeituras.

Quando se trata de uma intervenção numa propriedade privada, o pedido tem de ser feito para o proprietário. Sem autorização, as intervenções podem ser consideradas crimes ambientais e resultar em pena de até um ano de prisão.

"Um cara que só faz trabalho autorizado é um artista plástico. Não é grafiteiro", diz Rui Amaral, 51, que faz grafites desde os anos 1970.

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