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Estudantes impedem nova reitora de entrar na PUC-SP

Mesmo sem conseguir entrar no prédio da reitoria, Anna Cintra assume o cargo

Alunos estão em greve em protesto contra sua nomeação por d. Odilo depois de ela ter sido a terceira na eleição

Fabio Braga/Folhapress
Manifestação contra a nomeação de Anna Cintra à reitoria em frente à PUC-SP, ontem
Manifestação contra a nomeação de Anna Cintra à reitoria em frente à PUC-SP, ontem
JULIA BOARINI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

A nova reitora da PUC-SP, Anna Maria Marques Cintra, 73, foi impedida ontem de entrar na sala da reitoria por um grupo de estudantes em greve -era o seu primeiro dia no comando da instituição.

Os alunos reclamam da nomeação da professora, que ficou em terceiro lugar na votação na universidade. A decisão final, com base em uma lista tríplice, cabe ao cardeal dom Odilo Scherer, que escolheu Cintra para o posto, cujo mandato é de quatro anos.

Sob gritos de "fora Anna Cintra", os alunos formaram um cordão e impediram a reitora de entrar no campus de Perdizes, zona oeste de São Paulo, onde fica a reitoria.

O protesto contou ainda com a participação de professores e funcionários, que também estão em greve.

Gabriela Freitas, estudante de psicologia e representante da comissão de comunicação da greve, disse que o movimento foi "pacífico".

Os grevistas buscam impedir a entrada da reitora até ao menos o próximo dia 12, quando o Conselho Universitário se reúne e deve se manifestar sobre a nomeação.

Na última quarta-feira, o conselho aprovou parecer que pedia a suspensão da nomeação de Cintra. A Fundação São Paulo -mantenedora da universidade, ligada à Igreja Católica- disse que a nomeação estava mantida.

Os manifestantes entendem que o cardeal desrespeitou a vontade da comunidade universitária. A mantenedora afirma que a sua decisão tem respaldo no próprio estatuto da instituição.

"Fui até lá para termos um diálogo. Eles não permitiram", afirmou a reitora.

Cintra disse que, apesar do ato de protesto, "a gestão já começou". Ela afirmou que poderá despachar de outros campi da instituição ou até fora da universidade.

Ela disse que não recebeu de dom Odilo a explicação do motivo de ter sido a escolhida -o mais votado foi o atual reitor, Dirceu de Mello.

"As perguntas que ele me fez [antes da nomeação] foram apenas sobre excelência acadêmica", disse Cintra.

Críticos ao atual reitor afirmam que houve o entendimento na fundação de que, durante a sua gestão, a PUC perdeu prestígio.

Já opositores à Cintra dizem que ela foi nomeada para que a Igreja e os valores católicos tenham mais presença na PUC. Em nota, a fundação disse que os três candidatos eram bem preparados.

Apesar do clima conturbado, o vestibular da universidade está mantido para ocorrer amanhã, a partir das 13h.


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