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Análise

É preciso atrair diferentes faixas de renda para mudar o centro

FERNANDO SERAPIÃO ESPECIAL PARA A FOLHA

Descontentes com o Partido Progressista na pasta da Habitação, lideranças dos movimentos sociais de moradia orquestraram ocupar imóveis no centro antes da posse de Fernando Haddad (PT) para pressioná-lo.

Tudo mudou desde a primeira administração do PT em São Paulo. Os movimentos de moradia eram parte da base partidária de Luiza Erundina. Duas décadas depois e com Lula, eles não têm a mesma importância.

Prova disso é que o mesmo PP de Paulo Maluf domina o Ministério das Cidades, e o programa federal para a habitação social é centrado em linhas de créditos que transfere parte da solução para a iniciativa privada.

O Minha Casa, Minha Vida não avalia a questão urbana priorizando a quantidade de unidades que, grosso modo, financia projetos equivocados que incham as periferias.

As ocupações já ocorriam na gestão de Gilberto Kassab. Mas, mesmo com o descompasso entre municipalidade e esquerda, a situação era controlada pela atuação progressista da ex-secretária Elisabete França -reconhecida no Brasil e no exterior como uma técnica de alto nível.

Concentrada em urbanizar favelas, a gestão dela também transformou prédios vazios da área central para habitação popular. A burocracia atrapalhou e as realizações evidenciam prós e contras.

Um dos principais problemas é o subsídio eterno na manutenção, pela necessidade de elevadores (incomuns em novos prédios do gênero).

Também pesam a favor do alto custo o tempo de reforma e o fato de as unidades serem grandes, o que acaba dificultando o crédito.

O argumento favorável é aumentar a população central, otimizando a infraestrutura instalada. Mas o coração de uma cidade não se regenera sem moradores de diferentes faixas de renda.

Por isso, atrair moradores de maior renda é o verdadeiro desafio de Haddad. A aposta recai na requalificação da região da Luz e o novo Plano Diretor, que necessitarão de mais energia do que as recentes manchetes.


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