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Bolsista está na melhor disponível, diz governo

Universidades estrangeiras precisam comprovar que 'curso é de excelência'

Especialista considera preocupante número de alunos financiados hoje pelo governo em instituições de Portugal

DE SÃO PAULO

Os bolsistas do Ciência sem Fronteiras estão nas melhores instituições "disponíveis", afirmou a Capes (um dos órgãos federais responsáveis pelo programa).

"Prioritariamente", declara o órgão do Ministério da Educação, os alunos vão para as escolas mais bem conceituadas em cada área.

Se a universidade não aparecer em boas posições nos rankings, ainda assim ela pode receber alunos, afirma a Capes -desde que as instituições parceiras comprovem com especialistas que tal curso é de excelência.

Um dos exemplos citados é a Universidade do Porto, a segunda que mais recebeu graduandos, que não consta entre as 400 melhores no ranking THE e é 401ª no QS.

A universidade, diz a Capes, possui "uma das melhores escolas de engenharia civil na Europa". Os cinco graduandos brasileiros em engenharia na instituição, porém, estão em outras modalidades (elétrica, mecânica e tecnologia da informação), segundo o site oficial do programa.

"Universidades de primeira linha não delegam a seleção de seus estudantes a outras instituições", afirmam em artigo os pesquisadores Claudio de Moura Castro (Positivo), Hélio Barros (ex-secretário de Ensino Superior do MEC), James Ito-Adler (Cambridge) e Simon Schwartzman (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).

"Instituições de menos prestígio e mais premidas [necessitadas] por dinheiro podem fazê-­lo, mas isso pode significar degradação na qualidade da experiência de estudos no exterior", dizem.

"Passar um ano fora, no meio de um curso de graduação, pode ser divertido para o estudante, mas pode não significar muito em termos de sua formação", afirmou Schwartzman à Folha.

Já o coordenador do grupo de pesquisa da Unicamp sobre ensino superior, Renato Pedrosa, diz ser preocupante o número de alunos financiados em universidades portuguesas -país que recebeu 2,3 mil graduandos, ante 2,9 mil alunos nos EUA.

"Parece um escolha pobre, em particular, pois os estudantes nem terão tido a experiência de aprofundar os conhecimentos numa língua diferente do português, nem terão contato com o que se faz de realmente melhor academicamente na grande maioria das áreas", afirma.

A Folha questionou o governo desde segunda-feira sobre a localização de todos os bolsistas (incluindo os de pós), mas não obteve resposta. (FÁBIO TAKAHASHI)


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