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Deu cria

Seis espécies ameaçadas de extinção conseguem se reproduzir no parque ecológico de São Carlos, onde biólogos incentivam 'paquera' entre animais há quase 40 anos

JOÃO ALBERTO PEDRINI ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

Um dos animais com maior risco de extinção no país, o mico-leão-preto ganhou um aliado na preservação da espécie.

Ele tem 27 dias de vida, 20 cm (contando o rabo), 50 g e vive com pai, mãe e irmão no parque ecológico de São Carlos (a 232 km de São Paulo).

Esse bichinho -primeiro da espécie a nascer no local em dois anos- tem uma grande responsabilidade: crescer com saúde e ter filhos.

O mico recém-nascido não é o único em risco de desaparecimento a habitar o espaço.

No total, há 30 espécies nessa situação. Em 37 anos, seis delas procriaram -mico-leão-dourado, cervo-do-pantanal, papagaio-charão, urso-de-óculos e papagaio-de-cara-roxa, além do mico-leão-preto. Foram 50 nascimentos.

O parque é o único no país dedicado exclusivamente à fauna sul-americana, o que o torna um dos mais importantes da região, na avaliação de Luiz Pires, presidente da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil.

'JAULA DO AMOR'

Para a reprodução do mico-leão-preto dar certo, os biólogos do parque criaram uma "jaula do amor" para o casal de namorados.

É um cantinho tranquilo, com o mínimo de interferência. E longe do olhar de curiosos -a área dos micos é fechada aos visitantes. Só entram o tratador e o biólogo.

O nascimento de um mico-leão-preto é raro porque há poucos exemplares criados em cativeiro -cerca de 50 em todo o planeta, segundo Fernando Magnani, diretor do parque de São Carlos.

O número pequeno faz com que micos consanguíneos (parentes) tenham de cruzar, o que dificulta a reprodução em ambientes artificiais.

"Quase todos [os micos-leões-pretos] são irmãos ou primos de primeiro grau. Ocorrem muitos abortos e nascimentos prematuros ou com deformidades", diz Magnani.

O parque de São Carlos, que recebe animais de zoológicos de todo o país, virou referência na reprodução em cativeiro por praticar o manejo dos animais -que inclui análise da alimentação e hábitos de vida dos bichinhos.

Uma família -casal e dois filhotes- de urso-de-óculos é outra atração do local. Dez filhotes da espécie rara já nasceram em São Carlos e foram enviados para reservas do Brasil e de outros países da América do Sul. Mas nem só de animais ameaçados vive o parque. No total, moram lá 600 bichos, de cem espécies, como pinguins, lontras, onças-pretas e lhamas.


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