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Opinião

Triste e simbólico: abertura de novo estádio e tragédia no mesmo dia

Estabelecimentos inseguros existem em todo o país, fiscalização falha igualmente

IGOR GIELOW SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

É tristemente simbólico que a estreia oficial do primeiro estádio novo da Copa de 2014 tenha sido marcada para o mesmo dia em que eram contados os mortos no incêndio em Santa Maria.

Enquanto o Castelão, em Fortaleza, pretende inaugurar uma nova fase no entretenimento de massa no Brasil, vendendo ao mundo a ideia de que o país tem capacidade organizacional para eventos de grande porte, a realidade mostrava sua cara na boate Kiss.

Há a fatalidade, claro, e o toque dos celulares nos bolsos de cadáveres amplifica terrivelmente a dimensão humana da tragédia -no fundo, a que sempre se impõe.

Ainda é preciso esperar as investigações, mas os primeiros indícios apontam que o ocorrido na cidade gaúcha seguiu a receita conhecida: alvará de medidas contra incêndio vencido e uso irresponsável de elementos pirotécnicos.

SEGURANÇA E ALÍVIO

O telefone da Sucursal de Brasília desta Folha tocou várias vezes ontem. Eram pais de jovens de Santa Maria, uma região no Distrito Federal não muito longe da capital, atrás de notícias sobre o incidente na boate.

O alívio de saber que se tratava da homônima gaúcha durava apenas até a constatação de que poderia certamente ter ocorrido por aqui, com os seus filhos. Porque estabelecimentos inseguros existem em todo o país, fiscalização falha igualmente.

Se o visitante não deverá ter problemas nos nossos novos (e caros, e com supostos superfaturamentos) estádios na Copa, ícones desse Brasil que se mostra moderno, bastará andar alguns quarteirões para conhecer o país dos jovens mortos em Santa Maria.


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