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Shell e Basf oferecem R$ 52 mi em ação por contaminação

Proposta foi apresentada ontem a ex-funcionários

JÚLIA BORBA DE BRASÍLIA

As multinacionais Shell do Brasil (atualmente Raízen) e Basf S/A ofereceram R$ 52 milhões em indenizações a 884 ex-funcionários e familiares contaminados por metais pesados usados na produção de pesticidas em Paulínia (a 126 km de São Paulo).

A oferta foi feita durante audiência conciliatória no TST (Tribunal Superior do Trabalho) ontem. Não houve acordo, e uma nova reunião foi marcada para terça-feira.

A contaminação dos trabalhadores, com substâncias altamente cancerígenas, teve início na década de 70.

Ontem, as empresas se propuseram a pagar de R$ 120 mil a R$ 300 mil por danos morais a cada contaminado, de acordo com tempo trabalhado e número de dependentes.

Também seria dado direito vitalício ao tratamento de saúde dos trabalhadores e dependentes. A defesa dos trabalhadores, porém, não concordou com o condicionamento do atendimento à análise da relação da doença e da contaminação com produtos químicos.

O argumento é que as pessoas com a saúde já debilitada pela contaminação estariam mais vulneráveis a contrair outras doenças.

Apesar de não terem chegado a um consenso, o ministro do TST, João Oreste Dalazen, considerou que houve avanço. "Tivemos aqui um largo e estimulante passo rumo a conciliação", disse.

Caso não se chegue a um acordo até o início de março, o processo seguirá para julgamento no TST, com a possibilidade de recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal).

EXAMES

Um dos ex-funcionários é João Camargo, 58. Nos últimos dez anos, ele viu 62 ex-colegas de profissão morrerem, a maioria de câncer.

Ele trabalhou na indústria de inseticidas e agrotóxicos de 1985 a 2002. Exames recentes indicam que seu corpo tem excesso de alumínio e estrôncio, substâncias neurotóxicas.

"Saía da fábrica e chegava em casa ainda com o cheiro forte. Muitos amigos tinham sempre vômitos e tontura", diz. Segundo sua mulher, Joana Gomes, 51, até a roupa de cama amanhecia com o cheiro.


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