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Trânsito piora e SP se iguala ao RJ no trajeto casa-trabalho

Na Grande São Paulo, 22,3% gastam mais de uma hora nesse deslocamento

Deslocamentos nas maiores metrópoles brasileiras estão entre os mais demorados do mundo, segundo o Ipea

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

Moradores das metrópoles brasileiras enfrentam trajetos de casa para o trabalho entre os mais demorados do mundo -e, na maior parte dos casos, em tendência de piora.

Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) constata que a Grande São Paulo passou a ter o trajeto mais demorado do país, ultrapassando a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Em média, paulistanos e seus vizinhos gastam 42,8 minutos no deslocamento para o trabalho, excluídos da conta residentes em áreas rurais e empregados no setor agrícola ou em serviços noturnos. No Rio, são 42,6 minutos.

A diferença é pequena, mas a distinção das evoluções é visível: no Rio, os números são ligeiramente menores que os do início dos anos 90; em São Paulo, a tendência de aumento é clara. O número engloba transporte público e particular.

Em outras sete metrópoles analisadas e no Distrito Federal, a demora é bem menor, mas em geral crescente -a única exceção é Porto Alegre.

São raras, em outros países, cifras piores que do Rio e de São Paulo. Numa lista de metrópoles selecionadas pelo Ipea, apenas em Xangai, na China, a demora é maior.

Porém, não foram encontrados dados comparáveis sobre Cidade do México e Seul (Coreia do Sul), notórias pelos congestionamentos.

Assinado por Rafael Pereira, sociólogo e demógrafo, e Tim Schwanen, especialista em transporte urbano, o trabalho analisa informações coletadas desde 1992 nos questionários de pesquisas domiciliares do IBGE, mas ainda pouco utilizadas na formulação de políticas públicas de mobilidade.

Os dados apontam que na Grande São Paulo 22,3% gastavam mais de uma hora no trajeto casa/trabalho em 2009, contra 16,6% no início da década anterior.

Entre o décimo mais rico da população, porém, a taxa cai abaixo dos 15% -em todas as regiões o caminho dos mais ricos é mais rápido, embora a diferença venha caindo de forma generalizada.

O efeito da desigualdade social na demora dos deslocamentos é maior no Distrito Federal -onde pobres levam 75% mais tempo que os ricos para chegar ao trabalho-, em Curitiba e Belo Horizonte.

"Entre as possíveis razões para a persistência da desigualdade nos extremos de renda, pode estar a maneira como as famílias de diferentes classes sociais lidam com a distribuição do trabalho e das responsabilidades domésticas entre homens e mulheres, além das diferenças em termos de posse de veículo e nível salarial", diz o texto.


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