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Moradores escavam lama com as mãos em busca de crianças desaparecidas

LUCAS VETTORAZZO ENVIADO ESPECIAL A PETRÓPOLIS FABIO BRISOLLA DO RIO VENCESLAU BORLINA ENVIADO ESPECIAL A DUQUE DE CAXIAS

Desesperado com a decisão dos bombeiros de interromper as buscas por causa do risco de novos desabamentos, um grupo de moradores de uma área castigada de Petrópolis decidiu escavar com as próprias mãos a lama em busca de vizinhos que poderiam estar soterrados.

As 16 mortes causadas pelas chuvas no Rio foram registradas nessa região, no bairro Quitandinha. Entre os desaparecidos no local, estavam sete crianças.

Os deslizamentos começaram por volta das 23h de domingo. O trabalho dos bombeiros atravessou a noite. Pela manhã, eles haviam localizado sete corpos.

Mas a chuva voltou a cair forte por volta das 12h30 de ontem e os bombeiros decidiram interromper o trabalho.

"Não saio daqui enquanto não tiver notícias do meu filho", repetia o auxiliar de serviços gerais Jesus dos Reis Neves, 44, enquanto vasculhava a lama desesperado.

Os bombeiros voltaram duas horas depois e retomaram o trabalho ainda sob chuva. No fim da tarde, localizaram o décimo corpo, uma menina.

Entre os mortos, estão dois agentes da Defesa Civil. Enquanto Fernandes de Lima, 44, e Paulo Roberto Filgueiras orientavam moradores a abandonar a área, nova avalanche arrastou um muro, que caiu sobre os dois. Eles morreram na hora. Um terceiro agente sofreu traumatismo craniano e está internado.

Em outro ponto do bairro, dois irmãos -um adolescente e um bebê- morreram soterrados dentro de casa.

Boa parte das áreas afetadas sofreram com deslizamentos e alagamentos. O comércio fechou as portas. O rio Quitandinha transbordou e a água invadiu lojas e prédios.

Segundo a Prefeitura de Petrópolis, ainda existem 5.000 pessoas em áreas de risco e 560 moradores estão desalojados ou desabrigados.

Em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, mais de 300 pessoas abandonaram as casas, alagadas após o transbordamento dos rios Capivari e Saracuruna.

Dois condomínios do Minha Casa, Minha Vida -programa habitacional do governo federal para pessoas de baixa renda ou em áreas de risco- foram inundados.

Na Itália, a presidente Dilma Rousseff disse que "medidas um pouco mais drásticas" devem ser tomadas para que as pessoas deixem de viver em áreas de risco.

Para ela, "não tem prevenção que dê conta se você ficar numa região mesmo sabendo que tem que sair".

A Força Nacional de Defesa Civil foi enviada a Petrópolis para auxiliar no trabalho de buscas e retirar moradores de áreas de risco.

XERÉM

Castigado pela chuva no início do ano, desta vez, o distrito de Xerém não teve ocorrências graves. Mas a Prefeitura de Duque de Caxias reconheceu que 18 mil moradores vivem em áreas de risco.

O governador Sérgio Cabral prometeu liberar R$ 3 milhões para restabelecer a ordem em Petrópolis.


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