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Alunos são acusados de trote racista em MG

Universidade diz que vai investigar o caso para apurar abusos de estudantes; ato gerou protestos na internet

Diretório de estudantes repudia a ação dos alunos, que considerou 'altamente racista, machista e fascista'

PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

Um trote realizado na Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) na sexta-feira gerou protestos nas redes sociais. A universidade considerou o ato "racista".

Duas fotos foram parar nas redes sociais, causando a discussão. Uma delas mostra participante do trote segurando uma corrente, pela qual está presa uma moça com o corpo pintado de preto. Em cartaz preso ao corpo dela se lê: "Caloura Chica da Silva".

A outra fotografia mostra rapaz amarrado com fitas em pilastra, com o rosto pintado e bigode ao estilo de Adolf Hitler. Com ele, três participantes com braços estendidos fazem a saudação nazista.

"A fotografia nos chocou a todos [na reitoria da UFMG], principalmente pelo conteúdo racista", disse à Folha a vice-reitora Rocksane Norton.

Segundo ela, a reitoria da universidade determinou abertura de processo administrativo disciplinar para apurar os "abusos" e determinar eventuais punições, já que o trote é proibido.

No final da tarde de ontem, uma nota de repúdio intitulada "Trote Não é Legal" foi divulgada pela universidade. Assinam a nota a vice-reitora e o reitor Clélio Diniz.

Eles repudiam os "atos de violência, opressão, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da comunidade universitária", em particular os trotes "aos novos estudantes".

Após aberto o processo administrativo disciplinar, a universidade tem até 30 dias para investigar o caso. Os envolvidos podem receber punições que vão de advertência até a expulsão.

Até a conclusão desta edição, nenhum estudante que aparece nas fotos havia sido identificado pela UFMG. Isso será feito pela direção da Faculdade de Direito.

O Diretório Central dos Estudantes da UFMG divulgou nota repudiando "a ação dos alunos da Faculdade de Direito responsáveis pelo trote com caráter altamente racista, machista e fascista".

Segundo o diretório, a utilização da imagem de Chica da Silva como algo pejorativo "é inadmissível e fere a história de nosso povo".

Após o ocorrido, a Anel (Assembleia Nacional de Estudantes - Livre) lançou campanha contra os trotes "racistas e machistas" e marcou reuniões para discutir o caso.


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