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ANÁLISE
Seguro e crédito serão os desafios
JOSÉ SERGIO OSSE
DA REPORTAGEM LOCAL
Crédito para pequenos e médios
produtores e seguro rural são, ao
lado de juros mais baixos, as principais reivindicações do setor
agrícola brasileiro. Não por acaso,
a resolução desses problemas é
considerada prioridade para o futuro ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ele próprio um
agricultor.
A falta de seguro para a produção é a principal deficiência brasileira. Entre os principais países
produtores do planeta, apenas o
Brasil não tem uma estrutura eficiente de garantia ao produtor em
caso de problemas tanto naturais
como de preços. O pouco que há
disponível é muito caro e acessível
a uma parcela muito pequena dos
produtores -e, mesmo para eles,
a um custo ainda alto.
O problema é que o custo para o
produtor só é alto porque há pouca procura pelo seguro. Assim, o
risco assumido pela seguradora é
bastante grande.
Esse risco alto é o responsável
pelos elevados valores pedidos
por essas empresas pelo serviço e
pelo desinteresse delas em determinadas áreas, como aquelas com
clima mais instável.
Uma solução que vem sendo
adotada é a diversificação de taxas
para diferentes regiões. Mesmo
assim, essa prática ainda não é regra, precisa ser melhorada e depende de parcerias entre agências
de pesquisa e seguradoras.
A falta de crédito rural é também um assunto delicado. Atualmente apenas o Banco do Brasil
tem uma carteira significativa de
clientes com financiamentos rurais. A instituição é, virtualmente,
a única no mercado. Mesmo assim, não atende a qualquer um
que busque crédito agrícola. Apenas grandes produtores conseguem as taxas mais baixas do banco para o crédito rural.
Aos pequenos e médios agricultores, portanto, não existem canais para obter crédito com taxas
diferenciadas para produzir. Se
precisarem de financiamento, serão obrigados a recorrer a empréstimos pessoais e a pagar as altas taxas praticadas pelos bancos.
Programas como o de Agricultura Familiar já tentam criar
meios de o pequeno agricultor
conseguir crédito. Segundo Rodrigues, sua idéia é ampliar essas
fontes de recursos e criar novas.
Ao assumir, seu antecessor, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, tinha os mesmos objetivos. Resta
ver se nesta gestão eles serão alcançados.
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