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TRIBUTAÇÃO
Objetivo é baratear em até 15% o preço dos aparelhos feitos no Brasil; medida foi repassada ao governo Lula
Computador de até R$ 11 mil fica livre de IPI
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo reduziu ontem os
impostos incidentes sobre computadores nacionais e importados com o objetivo de diminuir o
preço final do produto em 15%.
A partir de hoje as 229 empresas
beneficiadas pela Lei de Informática não pagarão IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na
produção de computadores de até
R$ 11 mil.
Pelo cronograma de incentivos
da Lei de Informática, elas teriam
que pagar 2,25% de IPI neste ano.
A alíquota normal é de 15%. A lei
isentou a produção em 2000 e a
partir daí havia uma redução do
incentivo de 5% ao ano.
O novo cronograma prevê a redução do incentivo em 5% em
2004 e em 10% em 2005. Entre
2006 e 2009, a alíquota do IPI será
de 4,5%. Em 2010, como já estava
previsto, o benefício acaba.
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, o cronograma antigo continua para
outros bens de informática, como
impressoras. As mudanças foram
determinadas por medida provisória.
Amaral disse que as medidas foram repassadas ao novo ministro
do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. "Apesar de não estar muito envolvido no assunto, o
ministro Furlan disse que as medidas estão de acordo com as suas
propostas", afirmou.
Importados
A Câmara de Comércio Exterior
editou uma resolução que reduz o
Imposto de Importação sobre
computadores de 24% para 16%.
"Queremos forçar uma reestruturação da indústria brasileira", disse o ministro.
A queda da alíquota do Imposto
de Importação é uma antecipação
da Tarifa Externa Comum do
Mercosul. Ou seja, a alíquota média dos produtos de informática
cai de 13% para 6%, que é a programada para o bloco.
Como reforço na redução dos
custos das empresas nacionais,
elas poderão diminuir os seus investimentos em pesquisa de 5%
do faturamento para 2,5%. Esse
percentual é fixado pela Lei de Informática.
Amaral não soube informar o
total da renúncia fiscal envolvida
nas medidas, mas explicou que a
redução na arrecadação do IPI será compensada com um corte no
Fundo Verde e Amarelo, um fundo orçamentário destinado a investimentos em tecnologia.
Amaral disse ainda que desde a
regulamentação da Lei de Informática o ministério tem trabalhado para aumentar o acesso da população aos computadores. "Apenas 6% da população tem acesso
hoje."
Outro objetivo é combater o
mercado informal, que responde
por 2,3 milhões dos 3,6 milhões
comercializados anualmente. "Os
computadores do mercado cinza
[contrabando] são 30% mais baratos", afirmou.
Balança comercial
Amaral também informou ontem o saldo final da balança comercial em 2002, um superávit de
US$ 13,11 bilhões. As exportações
foram de US$ 60,298 bilhões e as
importações, de US$ 47,188 bilhões.
O resultado foi o melhor desde
1994 e apenas o terceiro superávit
desde então. A queda de aproximadamente 15% nas importações
de 2002 em relação a 2001 foi a
maior responsável pelo bom desempenho, mas houve também
um incremento de 3,5% nas exportações de um ano para outro.
Para este ano, o Banco Central
estima um superávit de US$ 15 bilhões na balança comercial, segundo seu relatório de inflação divulgado anteontem.
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