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Commodities têm a maior queda da história em 2008
Após recordes do 1º semestre, índice de matérias-primas fecha ano em queda de 39%
Petróleo em Nova York
fecha dia em alta de
14%, cotado a US$ 44,6;
no ano, no entanto,
desvalorização foi de 53,5%
DA REDAÇÃO
O ano passado fechou como o
pior em mais de meio século
para o mercado de commodities. O índice CRB Reuters-Jefferies, que estreou em 1956, fechou 2008 com recuo de 39%,
declínio recorde para o período
de janeiro a dezembro.
O S&P GSCI, outro índice
usado como referência desde a
sua origem, em 1971, registrou
queda de pouco mais de 48%.
O ano passado foi um período
de altas e baixas extraordinárias para as commodities. Teve
preços recordes para petróleo
(o barril chegou a US$ 147 em
Nova York em julho), ouro, cobre e alumínio, num movimento de ascensão de seis anos que
alcançou o seu auge em 2008.
Em contrapartida, no segundo
semestre, as baixas foram intensas, o que minou o desempenho dos índices que acompanham as matérias-primas.
O barril de petróleo em Nova
York havia terminado 2007 cotado a US$ 95,98. Ontem, o pregão da Bolsa mercantil fechou a
US$ 44,60. No dia, a valorização foi de 14% em relação ao
pregão anterior, por conta do
anúncio da Rússia de que vai
parar de fornecer gás para a
Ucrânia a partir de hoje. No
ano, a queda foi de 53,5%.
Com apenas algumas raras
exceções, como o ouro, as commodities encerraram o ano em
retração desordenada, em decorrência da crise financeira
mundial, provocada pelo aperto no crédito que vem levando
os países mais ricos à recessão.
Em Londres, o preço do metal
subiu 3,8% em 2008, puxado
pela expectativa de enfraquecimento do dólar.
O crédito restrito teve um
impacto direto nas commodities. Os bancos de investimento
limitaram radicalmente os recursos para os fundos de hedge.
Sem esse dinheiro, os fundos
reduziram fortemente as previsões de que os preços continuariam subindo nos contratos de
longo prazo, o que se refletiu de
imediato nos vencimentos
mais próximos.
Dois dos maiores fatores de
sustentação dos mercados de
commodities desapareceram
ao longo de 2008. Primeiro, a
esperança de que se experimentava uma alta única na história, descrita por analistas como um "superciclo", por causa
da demanda ascendente dos
países emergentes.
Depois, a ideia de que a China
-o maior deles- se "descolaria" do restante da economia
global. Os chineses não ficaram
imunes aos efeitos da crise global de crédito. O país asiático
continuará a crescer, sim, mas
não na mesma proporção de
temporadas anteriores.
Com o "Financial Times" e a Bloomberg
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