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Cresce otimismo do brasileiro com economia
Pesquisa Datafolha mostra confiança maior tanto em relação à situação do país quanto à capacidade pessoal de consumo
Dos entrevistados, 57%
afirmam acreditar que a sua
condição econômica irá
melhorar; no mês de março,
percentual estava em 50%
DA REDAÇÃO
Os brasileiros estão confiantes em que vão melhorar de vida em 2010, segundo pesquisa
realizada pelo Datafolha. De
acordo com o instituto de pesquisas, 57% dos brasileiros afirmam que, nos próximos meses,
a própria condição econômica
será mais positiva. Na pesquisa
anterior, que foi feita em março, o percentual era de 50%.
Em relação ao futuro da situação econômica do país, 42%
dos brasileiros afirmam que ela
vai melhorar, ante 31% no levantamento anterior.
A percepção sobre o poder de
compra dos salários também é
favorável. Segundo o Datafolha,
34% dos entrevistados afirmaram que o rendimento dará
mais capacidade de consumo
aos trabalhadores. O percentual era de 25% em março.
O otimismo dos brasileiros se
reflete também nas perspectivas para o emprego e para a inflação. Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, afirma que a
percepção da população sobre a
economia voltou aos patamares registrados antes da recessão que atingiu o mundo. "Passada a crise, os brasileiros voltam a confiar no país."
Paulino destaca que, com a
confiança em alta, a disposição
para comprar bens e serviços
aumenta. "O otimismo é uma
mola para o consumo, que é incentivado pelo próprio presidente." Durante a crise, Luiz
Inácio Lula da Silva pediu à população que não deixasse de
comprar. O diretor do Datafolha avalia que os estímulos do
governo transmitiram ao consumidor a segurança de que ele
pode gastar sem correr riscos.
Salários e inflação
A percepção sobre o poder de
compra é influenciada pelos
reajustes nos salários. Embora
a crise tenha forçado uma queda no ganho real dos trabalhadores, o Dieese (Departamento
Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos)
aponta que, em 93% das negociações, os sindicatos conseguiram aumentos iguais ou acima
do INPC (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor) no primeiro semestre de 2009 (último dado disponível). Em quase
metade das negociações, o aumento real foi menor que 1%.
A queda da inflação é outro
fator que aumenta o poder de
compra, pois faz com que os
gastos -principalmente com
os alimentos- pesem menos
no orçamento das famílias.
Em 2008, a situação do país
era diversa: apesar do bom desempenho da economia e do
aumento real de 4% no salário
mínimo em março daquele ano,
a inflação fechou em 5,9% de
janeiro a dezembro -ante
3,93% em 2009, até novembro.
Os preços dos alimentos subiram 11,11%, percentual muito
superior aos 2,93% registrados
até o penúltimo mês de 2009.
Círculo virtuoso
Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores, aponta
que há convergência de indicadores que elevam a confiança
dos consumidores e que prenunciam que 2010 será um ano
positivo para a economia. "Há
um círculo virtuoso a caminho.
As pessoas confiam na economia e gastam mais, o que gera
mais empregos e possibilita
que mais gente compre mais."
"Iniciar o ano desse jeito é
muito bom porque o otimismo
se reflete no gasto das famílias",
avalia Pessoa.
Os mais otimistas, segundo o
instituto de pesquisa, são os
brasileiros mais jovens, os mais
escolarizados e os de maior
renda (veja texto nesta página).
O diretor-geral do Datafolha
afirma que os entrevistados
com maior escolaridade estão
mais bem informados e, portanto, têm acesso às previsões
positivas para a economia em
2010. "Eles percebem que a crise está passando e que as perspectivas são boas para o ano."
O Datafolha ouviu 11.429
pessoas em 381 municípios entre 14 e 18 de dezembro. A margem de erro máxima é de dois
pontos para mais ou menos.
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