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Preço de commodities tem o melhor ano desde 1973
Bolsas também têm forte valorização, recuperando parte das perdas de 2008
Movimento de alta das commodities deve persistir durante este ano, mas, salvo alguma surpresa, ele deverá ser moderado, afirma FMI
DA REDAÇÃO
Os preços das commodities
tiveram em 2009 o melhor ano
desde 1973, puxados especialmente pela demanda chinesa.
Porém, mesmo com o avanço, o
setor ainda não conseguiu recuperar as fortes perdas de
2008, quando a cotação dos
produtos desabou.
O índice Reuters/Jefferies
CRB, que acompanha o preço
de 19 commodities (como trigo,
cacau, níquel e ouro), se expandiu em 24% no ano passado, o
maior avanço desde 1973, na
época do primeiro choque do
petróleo, quando a cotação do
barril disparou e levou o indicador a subir 48%.
O melhor desempenho entre
as commodities foi registrado
pelo cobre, que subiu quase
140%, seguido pelo açúcar, que
teve alta de aproximadamente
128%. Dos 19 preços que compõem o índice, só 2 terminaram
o ano no vermelho: o do boi
gordo, que caiu 0,2%, e o do trigo, que encolheu 11%.
O avanço se deve principalmente à demanda chinesa, o
maior consumidor mundial de
commodities como minério de
ferro e cobre e que compensou
parte da maior retração da economia global desde o fim da Segunda Guerra. A previsão é que
o PIB chinês, o terceiro maior
do mundo, tenha terminado
2009 com um avanço de 8,5%,
de acordo com o FMI.
O país asiático importou volumes recordes tanto de minério de ferro -do qual o Brasil é
um dos maiores produtores-
como de cobre, servindo de
contraponto à fraca demanda
dos EUA e da zona do euro, cujas economias devem ter encolhido, respectivamente, 2,7% e
4,2% no ano passado.
Outra razão para esse aumento nos preços é que a queda
em 2008 foi violenta: 36%, a
pior desde pelo menos 1957,
quando foi criado o índice Reuters/Jefferies CRB. Para ter
uma ideia, a pontuação registrada ontem está próxima do
nível do fim de 2004 e está cerca de 31% abaixo do seu recorde, de fevereiro de 2008.
Um exemplo dessa situação é
o preço do barril de petróleo.
Ele subiu aproximadamente
80% no ano passado na comparação com o fim de 2008 (está
hoje perto da casa dos US$ 80).
No entanto, ainda tem uma distância muito longa a percorrer
para alcançar o pico registrado
dois anos atrás: o preço atual é
cerca de 45% inferior ao de julho de 2008, antes de a crise financeira se espalhar do mundo
desenvolvido para os países
emergentes.
Previsão para o ano
Para o analista Kevin Norrish, especialista em commodities do Barclays Capital, ainda
"existe muito potencial de crescimento" para os preços desses
produtos. "Se você olhar para o
portfólio global de ativos que
há por aí, a porcentagem de
aplicação em commodities é
pequena, menos de 1%."
O FMI vai pelo mesmo caminho, dizendo que a cotação deve continuar subindo neste
ano, à medida que a economia
global se expanda, passado o
pior da crise internacional.
"A demanda deve ser, de modo geral, a principal fonte de
pressão de alta [nos preços],
visto que se espera que a atividade global avance em um ritmo mais rápido. Com os estoques ainda acima da média para
muitas commodities e muita
capacidade ociosa em vários setores de commodity, a pressão
de alta provavelmente deve
permanecer moderada por algum tempo, a não ser que ocorra um crescimento global mais
forte que o esperado ou outras
surpresas que levem ao fim
desses amortecedores", disse o
Fundo, em documento publicado anteontem.
Bolsas
O mercado de ações também
teve um ano positivo, aproveitando para recuperar parte do
prejuízo de 2008. A Bolsa de
Londres teve a maior alta desde
1997, com ganho de 22%. Já o
índice Dow Jones, de Nova
York, subiu 20%, a maior alta
desde 2003. Nos mercados
emergentes asiáticos, a alta foi
ainda mais expressiva. Xangai,
na China, se valorizou em 80%,
e a Bolsa de Jacarta (Indonésia)
teve ganhos de 87%.
Na maioria dos casos, porém,
as Bolsas de Valores globais
ainda permanecem distantes
dos seus picos recentes.
Com agências internacionais
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