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Governo vai tirar gestão do Banco Postal do Bradesco
Administração passará para os Correios, afirmou o ministro das Comunicações
Serviços geram arrecadação de até R$ 12 milhões ao mês; Bradesco, que deve receber indenização, declara que desconhece o assunto
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu romper o
contrato com o Bradesco e assumir o Banco Postal. De acordo com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o banco será assumido pelos Correios e o
Bradesco será indenizado.
Em 2005, denúncias de corrupção nos Correios motivaram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
"Tenho autorização do presidente [Lula] e já conversei com
o Meirelles [Henrique Meirelles, presidente do Banco Central]. Está tudo acertado", disse
Costa. Ele informou que haverá
um acerto com o Bradesco e
que, na negociação, será levado
em consideração o lucro que o
banco privado teve com a parceria. Segundo o ministro, o
contrato acabaria em 2009.
Por meio de assessoria, o
Banco Central confirmou a
conversa, mas não o resultado.
Informou que o BC irá "analisar as propostas apresentadas
pelo ministro" e se comprometia a "dar a orientação necessária para as mudanças que estejam sendo planejadas".
Procurado pela Folha, o Bradesco informou que "prefere
não se manifestar por desconhecer o assunto".
Em 2001, quando o governo
decidiu criar o Banco Postal -e
ofereceu agências dos Correios
para operar serviços bancários-, três instituições fizeram
propostas: Bradesco, Itaú e
Caixa Econômica Federal.
O Bradesco venceu, oferecendo R$ 201 milhões e mais
parte das taxas cobradas para
abrir contas e fazer pagamentos e realizar outros serviços.
Os Correios arrecadam de R$
10 milhões a R$ 12 milhões ao
mês com os serviços do banco.
"A negociação vai ser feita
tendo em vista o lucro extraordinário que o Bradesco já teve
com o Banco Postal", afirmou o
ministro. Na avaliação de Costa, o valor pago pelo Bradesco
para operar o Banco Postal é
pequeno em relação aos lucros
que podem ser gerados.
"Só a marca Banco Postal vale R$ 1 bilhão", disse.
O ministro disse que os Correios já têm uma estrutura
montada para as operações.
Costa afirmou que, nos próximos dias, será publicada no
"Diário Oficial" da União a
criação de um grupo de trabalho que irá determinar, em 90
dias, de que modo o contrato
será rescindido. A partir daí, o
Bradesco será comunicado por
ofício e começarão as negociações para a indenização.
Segundo os Correios, o Banco Postal tem mais de 5.500
pontos de atendimento no país.
Colaborou a Redação
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