São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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Foco

"Gostaria de trabalhar com carteira, mas não aparece nada", diz jovem

DA SUCURSAL DO RIO

Pressionada por uma gravidez precoce, Bárbara Oliveira de Lima, 16, teve de parar de estudar por um ano e antecipar seu ingresso no mercado de trabalho a fim de prover o sustento do filho, Ryan, de menos de um ano.
Diante de tal realidade, ela correu para buscar uma ocupação e postergou o sonho de fazer um curso de enfermagem, que lhe poderia garantir um emprego com carteira assinada. Contenta-se hoje com o bico de diarista, ao qual se dedica três vezes por semana.
"Gostaria de trabalhar com carteira, mas não aparece nada", diz a adolescente, que ganha R$ 200 fazendo faxina na casa de uma vizinha. Moradora do Irajá (zona norte do Rio), Bárbara se encaixa no perfil do desemprego: mulher, negra, jovem.
A reportagem constatou o mesmo retrato do desemprego e do trabalho informal na fila formada no Rio, na semana passada, para uma vaga de ambulante no Carnaval oferecida pela Prefeitura.
Dos mais de 900 candidatos, a imensa maioria era de mulheres disputando uma das 223 vagas abertas. É o caso de Maria do Perpétuo Gomes, 33, que luta para montar sua barraca de cerveja e refrigerante na Cinelândia, durante o desfile do Cordão da Bola Preta. "É muito bom, apesar de a gente ter de arcar com a água, a luz e a montagem da barraca. Tiro R$ 300 num só dia", conta.


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