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Foco
"Gostaria de trabalhar com carteira, mas não aparece nada", diz jovem
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionada por uma gravidez precoce, Bárbara Oliveira de Lima, 16, teve de parar de estudar por um ano e
antecipar seu ingresso no
mercado de trabalho a fim de
prover o sustento do filho,
Ryan, de menos de um ano.
Diante de tal realidade, ela
correu para buscar uma ocupação e postergou o sonho
de fazer um curso de enfermagem, que lhe poderia garantir um emprego com carteira assinada. Contenta-se
hoje com o bico de diarista,
ao qual se dedica três vezes
por semana.
"Gostaria de trabalhar
com carteira, mas não aparece nada", diz a adolescente,
que ganha R$ 200 fazendo
faxina na casa de uma vizinha. Moradora do Irajá (zona norte do Rio), Bárbara se
encaixa no perfil do desemprego: mulher, negra, jovem.
A reportagem constatou o
mesmo retrato do desemprego e do trabalho informal
na fila formada no Rio, na semana passada, para uma vaga de ambulante no Carnaval
oferecida pela Prefeitura.
Dos mais de 900 candidatos, a imensa maioria era de
mulheres disputando uma
das 223 vagas abertas. É o caso de Maria do Perpétuo Gomes, 33, que luta para montar sua barraca de cerveja e
refrigerante na Cinelândia,
durante o desfile do Cordão
da Bola Preta. "É muito bom,
apesar de a gente ter de arcar
com a água, a luz e a montagem da barraca. Tiro R$ 300
num só dia", conta.
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