|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas siderúrgicas de MG desligam fornos e dão início a corte de empregos
DO ENVIADO A ITABIRA E IPATINGA (MG)
As siderúrgicas de Minas Gerais, sobretudo as indústrias
produtoras de ferro-gusa, já
iniciaram cortes em massa. Na
região de Sete Lagoas, responsável por 40% da produção de
gusa de Minas, 3.200 trabalhadores já perderam o emprego.
Em Ipatinga, terra da Usiminas, o temor das demissões é
crescente. O mesmo em Timóteo, onde a ArcelorMittal produz aço inoxidável.
Por enquanto, a situação
mais crítica é a da indústria do
gusa. São 106 fornos em todo o
Estado, sendo que 75 operam
continuamente. A última contagem do sindicato da indústria
mostra que apenas 17 estão ligados neste momento, daí tantas demissões.
Segundo Paulino Cícero de
Vasconcelos, presidente do
Sindifer (Sindicato da Indústria de Ferro de Minas Gerais),
4.500 trabalhadores foram demitidos e só devem voltar a partir do segundo semestre. "Só
em julho, o setor talvez consiga
respirar com a volta da demanda da indústria automobilística
e das exportações", avalia.
Os efeitos dessa parada brusca da produção se alastram na
cadeia do ferro-gusa. Farlei
Fernandes, 44, há 12 "puxando
carvão", aguardava na tarde de
quinta na BR-040 a vez para
descarregar 16 toneladas de
carvão vegetal. Ele havia chegado ali na manhã de domingo; 20
caminhoneiros faziam o mesmo. "Era uma viagem por semana, mas nesse ritmo vamos
fazer uma viagem a cada duas
semanas. É muito pouco."
Atingidas pela crise, as grandes siderúrgicas do Vale do Aço
começaram as primeiras demissões. Na Usiminas, onde
trabalham 10,3 mil pessoas, 105
já foram demitidos em janeiro.
Segundo Paulo Cesar dos
Santos, diretor do departamento jurídico do Sindipa (Sindicato dos Metalúrgicos de Itapinga), cerca de 150 trabalhadores
terceirizados foram demitidos
em janeiro. "A preocupação
agora é com o mês de fevereiro
e o resultado da reorganização
interna na Usiminas", diz. A
mesma preocupação orbita a
região de Timóteo e Coronel
Fabriciano.
O Sindicato da região, que representa os trabalhadores da
ArcelorMittal Inox (antiga
Acesita), afirmou que 200 terceirizados foram dispensados
em janeiro depois de uma reorganização interna.
Na próxima semana, a empresa deve informar o resultado do plano de demissão voluntária. A siderúrgica prefere não
dar detalhes sobre os ajustes
que faz neste momento.
(AB)
Texto Anterior: Situação forçou acordo, afirma sindicalista Próximo Texto: Retração afeta comércio e faz município cancelar o Carnaval Índice
|