São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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Empresas siderúrgicas de MG desligam fornos e dão início a corte de empregos

DO ENVIADO A ITABIRA E IPATINGA (MG)

As siderúrgicas de Minas Gerais, sobretudo as indústrias produtoras de ferro-gusa, já iniciaram cortes em massa. Na região de Sete Lagoas, responsável por 40% da produção de gusa de Minas, 3.200 trabalhadores já perderam o emprego. Em Ipatinga, terra da Usiminas, o temor das demissões é crescente. O mesmo em Timóteo, onde a ArcelorMittal produz aço inoxidável.
Por enquanto, a situação mais crítica é a da indústria do gusa. São 106 fornos em todo o Estado, sendo que 75 operam continuamente. A última contagem do sindicato da indústria mostra que apenas 17 estão ligados neste momento, daí tantas demissões.
Segundo Paulino Cícero de Vasconcelos, presidente do Sindifer (Sindicato da Indústria de Ferro de Minas Gerais), 4.500 trabalhadores foram demitidos e só devem voltar a partir do segundo semestre. "Só em julho, o setor talvez consiga respirar com a volta da demanda da indústria automobilística e das exportações", avalia.
Os efeitos dessa parada brusca da produção se alastram na cadeia do ferro-gusa. Farlei Fernandes, 44, há 12 "puxando carvão", aguardava na tarde de quinta na BR-040 a vez para descarregar 16 toneladas de carvão vegetal. Ele havia chegado ali na manhã de domingo; 20 caminhoneiros faziam o mesmo. "Era uma viagem por semana, mas nesse ritmo vamos fazer uma viagem a cada duas semanas. É muito pouco."
Atingidas pela crise, as grandes siderúrgicas do Vale do Aço começaram as primeiras demissões. Na Usiminas, onde trabalham 10,3 mil pessoas, 105 já foram demitidos em janeiro.
Segundo Paulo Cesar dos Santos, diretor do departamento jurídico do Sindipa (Sindicato dos Metalúrgicos de Itapinga), cerca de 150 trabalhadores terceirizados foram demitidos em janeiro. "A preocupação agora é com o mês de fevereiro e o resultado da reorganização interna na Usiminas", diz. A mesma preocupação orbita a região de Timóteo e Coronel Fabriciano.
O Sindicato da região, que representa os trabalhadores da ArcelorMittal Inox (antiga Acesita), afirmou que 200 terceirizados foram dispensados em janeiro depois de uma reorganização interna.
Na próxima semana, a empresa deve informar o resultado do plano de demissão voluntária. A siderúrgica prefere não dar detalhes sobre os ajustes que faz neste momento. (AB)


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