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Líder conforma-se em minimizar estrago
do enviado especial a Davos
Os líderes mundiais ou, pelo menos, aqueles presentes ao 29º encontro anual do Fórum Econômico Mundial parecem predispostos
a jogar a toalha ante a turbulência
financeira e conformar-se em apenas minimizar seus efeitos mais
negativos.
É a conclusão inevitável a partir
do relato sobre o IGWL (Encontro
Informal de Líderes Mundiais),
que se realiza todos os anos no âmbito da reunião de Davos.
São sessões fechadas em que os
chefes de Estado/governo e os ministros presentes expõem seus
pontos de vista aos organizadores
e relatores (este ano, o senador
norte-americano John Kerry e Howard Davies, da "Financial Services Authority", organismo regulador britânico).
"Os capitais fazem suas escolhas,
o que é inerente ao livre mercado, e
o máximo que os governos podem
fazer é minimizar as perturbações
e maximizar a proteção contra
elas", relatou Kerry.
Maximizar a proteção significa
apenas introduzir (ou reforçar,
nos países em que já existe) a rede
de proteção social.
E também reforçar programas de
educação.
Parece pouco quando se sabe
que, na visão dos próprios líderes,
os 18 meses de crise desde que a
Tailândia implodiu "revelaram
dois problemas subjacentes na
maneira como operam os mercados financeiros", relata, por sua
vez, Howard Davies.
Problema um - Aumento da volatilidade no fluxo de capitais.
Nem por isso os líderes mundiais
chegaram a um consenso sobre a
necessidade ou não de impor controles a tais fluxos, disseram os relatores.
Problema dois - O contágio da
crise de um país ao outro. Diz Davies: "Cria-se uma situação em que
o país se dana por não fazer (políticas sadias), mas se dana também
por fazê-las, porque o mercado falha em distingui-los".
De todo modo, os líderes mundiais mostraram-se, este ano,
"mais calmos e mais resignados"
do que no ano passado, quando a
crise de turno era a da Ásia (Rússia
e Brasil só estourariam depois).
Kerry atribui a relativa calma ao
fato de que as autoridades ganharam experiência com as sucessivas
crises e teriam, agora, "mais clareza sobre como responder aos desafios".
Parece uma avaliação otimista
demais, a julgar pelas controvérsias e dificuldades para avançar na
chamada "reforma da arquitetura
financeira mundial", também discutida pelos líderes.
Salvo a já antiga pregação em favor de maior transparência nas informações sobre operações financeiras e de uma regulação mais rígida dos sistemas financeiros dos
mercados emergentes, não surgiram propostas novas.
(CR)
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