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Nenhum investimento bateu o IGP-M de 2,28% no mês passado; Bovespa caiu 6% e teve o pior desempenho do mês
Aplicações perdem da inflação em fevereiro
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhum investimento ganhou
da inflação em fevereiro. No mês
passado, o IGP-M (Índice Geral
de Preços do Mercado), medido
pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em 2,28%.
O investidor que aplicou em
fundos de renda fixa, tanto pós-fixado como prefixado, obteve rentabilidade de 1,83%, a melhor do
período. Esses fundos são atrelados aos títulos do governo e, com
a alta promovida pelo Banco Central desde outubro -de 8,5 pontos percentuais na Selic (taxa básica de juros)-, passaram a ser
uma alternativa de investimento
mais rentável nos últimos meses.
O dólar alternou períodos de altas e baixas, principalmente na última semana do mês, quando a
cotação da moeda norte-americana entrou em tendência de queda
e fechou fevereiro com valorização de apenas 1,71%, ou seja, abaixo da inflação.
Para os analistas, a perspectiva
para a cotação do dólar é incerta.
Apesar de o país passar atualmente por um momento de otimismo
no ambiente interno, as notícias
sobre uma possível guerra EUA-Iraque devem continuar a fazer a
moeda oscilar fortemente.
Após ser o melhor investimento
em 2002 e em janeiro passado, o
ouro fechou o mês com desvalorização de 2,95%. Na BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros), os
volumes continuam modestos
-cerca de 110 quilos transacionados por dia.
A pior aplicação do mês foi novamente a Bolsa de Valores.
Quem investiu em uma carteira
teórica igual à do Ibovespa -índice que mede a rentabilidade das
54 ações mais negociadas na Bolsa- perdeu 6,0%.
"A Bolsa passou por uma forte
depreciação devido à possibilidade da guerra. Um evento desses
acarreta o aumento da aversão ao
risco, ou seja, muitos investidores
preferem migrar para investimentos menos arriscados a aplicar no mercado de renda variável", diz Eduardo Fornazier, da
Santos Asset Management.
Perspectivas
Como o cenário externo ainda
está indefinido, para este mês a
previsão é que as incertezas continuem. Isso faz com que os investimentos que possam apresentar
variações maiores, como o dólar e
o mercado de capitais, sejam recomendados somente para investidores que aceitem correr mais
riscos diante da possibilidade de
auferir ganhos maiores.
Para o administrador de investimentos Fabio Colombo, além do
desfecho da crise, devem influenciar o mercado brasileiro outros
fatores externos, como o preço do
petróleo, a recuperação da economia norte-americana e o desempenho das Bolsas mundiais.
Colombo diz que os investidores estarão atentos, no cenário interno, aos índices inflacionários, à
política monetária e ao encaminhamento das reformas.
Fornazier acredita que, devido à
forte desvalorização que a Bolsa
passou nos últimos meses -em
2003 a queda acumulada é de
9,9%-, ela possa ser uma boa opção de investimento.
"O risco-país caiu muito nos últimos dias, e o novo governo tem
mostrado uma política monetária
e fiscal responsável, que tem agradado aos investidores. Mas a Bolsa de Valores ainda não acompanhou essa melhora geral, e, por isso, este pode ser um bom momento para investir em ações",
afirma Fornazier.
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