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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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Nenhum investimento bateu o IGP-M de 2,28% no mês passado; Bovespa caiu 6% e teve o pior desempenho do mês

Aplicações perdem da inflação em fevereiro

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum investimento ganhou da inflação em fevereiro. No mês passado, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela Fundação Getúlio Vargas, ficou em 2,28%.
O investidor que aplicou em fundos de renda fixa, tanto pós-fixado como prefixado, obteve rentabilidade de 1,83%, a melhor do período. Esses fundos são atrelados aos títulos do governo e, com a alta promovida pelo Banco Central desde outubro -de 8,5 pontos percentuais na Selic (taxa básica de juros)-, passaram a ser uma alternativa de investimento mais rentável nos últimos meses.
O dólar alternou períodos de altas e baixas, principalmente na última semana do mês, quando a cotação da moeda norte-americana entrou em tendência de queda e fechou fevereiro com valorização de apenas 1,71%, ou seja, abaixo da inflação.
Para os analistas, a perspectiva para a cotação do dólar é incerta. Apesar de o país passar atualmente por um momento de otimismo no ambiente interno, as notícias sobre uma possível guerra EUA-Iraque devem continuar a fazer a moeda oscilar fortemente.
Após ser o melhor investimento em 2002 e em janeiro passado, o ouro fechou o mês com desvalorização de 2,95%. Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os volumes continuam modestos -cerca de 110 quilos transacionados por dia.
A pior aplicação do mês foi novamente a Bolsa de Valores. Quem investiu em uma carteira teórica igual à do Ibovespa -índice que mede a rentabilidade das 54 ações mais negociadas na Bolsa- perdeu 6,0%.
"A Bolsa passou por uma forte depreciação devido à possibilidade da guerra. Um evento desses acarreta o aumento da aversão ao risco, ou seja, muitos investidores preferem migrar para investimentos menos arriscados a aplicar no mercado de renda variável", diz Eduardo Fornazier, da Santos Asset Management.

Perspectivas
Como o cenário externo ainda está indefinido, para este mês a previsão é que as incertezas continuem. Isso faz com que os investimentos que possam apresentar variações maiores, como o dólar e o mercado de capitais, sejam recomendados somente para investidores que aceitem correr mais riscos diante da possibilidade de auferir ganhos maiores.
Para o administrador de investimentos Fabio Colombo, além do desfecho da crise, devem influenciar o mercado brasileiro outros fatores externos, como o preço do petróleo, a recuperação da economia norte-americana e o desempenho das Bolsas mundiais.
Colombo diz que os investidores estarão atentos, no cenário interno, aos índices inflacionários, à política monetária e ao encaminhamento das reformas.
Fornazier acredita que, devido à forte desvalorização que a Bolsa passou nos últimos meses -em 2003 a queda acumulada é de 9,9%-, ela possa ser uma boa opção de investimento.
"O risco-país caiu muito nos últimos dias, e o novo governo tem mostrado uma política monetária e fiscal responsável, que tem agradado aos investidores. Mas a Bolsa de Valores ainda não acompanhou essa melhora geral, e, por isso, este pode ser um bom momento para investir em ações", afirma Fornazier.


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