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BANCOS
Em 2001, instituição havia tido prejuízo de R$ 4,7 bi; governo a socorreu
Caixa lucra R$ 1,081 bilhão em 2002
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Caixa Econômica Federal recuperou parte do prejuízo recorde que teve em 2001 e encerrou o
ano passado com um lucro de R$
1,081 bilhão -o maior da história
da instituição. Desse total, R$ 222
milhões irão para os cofres do Tesouro Nacional e o restante será
reinvestido.
A melhora no resultado da Caixa é consequência da rentabilidade obtida com operações com títulos públicos, que refletem o socorro recebido do governo federal
há quase dois anos.
Em junho de 2001, o Tesouro
Nacional injetou R$ 9,5 bilhões na
Caixa, além de refinanciar R$ 53,5
bilhões em créditos podres que
estavam na carteira da instituição.
O objetivo era permitir que a Caixa passasse a obedecer às normas
fixadas pelo Banco Central.
Pelas regras do BC, os bancos
que operam no Brasil precisam
manter um nível mínimo de provisões, que são recursos que as
instituições financeiras devem ter
em caixa para poder compensar
eventuais calotes que venham a
sofrer de seus clientes.
Até 2001, a Caixa não tinha dinheiro suficiente para fazer essas
provisões. Com o socorro, isso foi
feito. O problema é que as provisões que os bancos fazem equivalem a uma despesa com a qual eles
têm que arcar naquele ano. Assim, o forte volume de provisões
feitas pela Caixa resultou num aumento grande em suas despesas,
levando a um prejuízo de R$ 4,687
bilhões no ano retrasado.
Em 2002, feitos todos os ajustes,
a Caixa voltou a ter lucro. Embora
o valor seja recorde, o número
ainda está abaixo dos R$ 2,028 bilhões obtidos pelo Banco do Brasil e dos R$ 2,023 bilhões alcançados pelo Bradesco (veja quadro
nesta página).
A maior parte dos ganhos obtidos pela Caixa em 2002 veio das
operações com títulos públicos.
Isso também reflete a reestruturação ocorrida em 2001, já que praticamente toda a ajuda recebida
da União veio na forma de papéis
emitidos pelo governo.
Entre 2001 e 2002, o resultado
obtido nas operações com títulos
e valores mobiliários passou de
R$ 4,4 bilhões para R$ 10,6 bilhões. Já as receitas obtidas com
operações de crédito recuaram,
passando de R$ 5,6 bilhões para
R$ 3,8 bilhões. A queda ocorreu
mesmo com o crescimento da
carteira de crédito do banco, que
passou de R$ 19,7 bilhões para R$
22,7 bilhões.
A cobrança de tarifas também
ajudou a tirar a Caixa do vermelho. As receitas obtidas com a
prestação de serviços chegaram a
R$ 4,2 bilhões no ano passado,
contra R$ 3,2 bilhões registrados
em 2001.
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