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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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BANCOS

Em 2001, instituição havia tido prejuízo de R$ 4,7 bi; governo a socorreu

Caixa lucra R$ 1,081 bilhão em 2002

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal recuperou parte do prejuízo recorde que teve em 2001 e encerrou o ano passado com um lucro de R$ 1,081 bilhão -o maior da história da instituição. Desse total, R$ 222 milhões irão para os cofres do Tesouro Nacional e o restante será reinvestido.
A melhora no resultado da Caixa é consequência da rentabilidade obtida com operações com títulos públicos, que refletem o socorro recebido do governo federal há quase dois anos.
Em junho de 2001, o Tesouro Nacional injetou R$ 9,5 bilhões na Caixa, além de refinanciar R$ 53,5 bilhões em créditos podres que estavam na carteira da instituição. O objetivo era permitir que a Caixa passasse a obedecer às normas fixadas pelo Banco Central.
Pelas regras do BC, os bancos que operam no Brasil precisam manter um nível mínimo de provisões, que são recursos que as instituições financeiras devem ter em caixa para poder compensar eventuais calotes que venham a sofrer de seus clientes.
Até 2001, a Caixa não tinha dinheiro suficiente para fazer essas provisões. Com o socorro, isso foi feito. O problema é que as provisões que os bancos fazem equivalem a uma despesa com a qual eles têm que arcar naquele ano. Assim, o forte volume de provisões feitas pela Caixa resultou num aumento grande em suas despesas, levando a um prejuízo de R$ 4,687 bilhões no ano retrasado.
Em 2002, feitos todos os ajustes, a Caixa voltou a ter lucro. Embora o valor seja recorde, o número ainda está abaixo dos R$ 2,028 bilhões obtidos pelo Banco do Brasil e dos R$ 2,023 bilhões alcançados pelo Bradesco (veja quadro nesta página).
A maior parte dos ganhos obtidos pela Caixa em 2002 veio das operações com títulos públicos. Isso também reflete a reestruturação ocorrida em 2001, já que praticamente toda a ajuda recebida da União veio na forma de papéis emitidos pelo governo.
Entre 2001 e 2002, o resultado obtido nas operações com títulos e valores mobiliários passou de R$ 4,4 bilhões para R$ 10,6 bilhões. Já as receitas obtidas com operações de crédito recuaram, passando de R$ 5,6 bilhões para R$ 3,8 bilhões. A queda ocorreu mesmo com o crescimento da carteira de crédito do banco, que passou de R$ 19,7 bilhões para R$ 22,7 bilhões.
A cobrança de tarifas também ajudou a tirar a Caixa do vermelho. As receitas obtidas com a prestação de serviços chegaram a R$ 4,2 bilhões no ano passado, contra R$ 3,2 bilhões registrados em 2001.


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