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"Congelamento" começa após alta de tarifa bancária
Desde ontem, instituições são obrigadas a divulgar valores que valerão no dia 30
Bancos elevam preço em
até 150% na comparação de
janeiro de 2007 com o mês
passado ou passam a cobrar
por serviços antes gratuitos
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Os consumidores já podem
saber o valor das tarifas que serão cobradas pelos bancos a
partir do dia 30 pelos serviços
considerados prioritários pelo
Banco Central e que só poderão
ser majoradas 180 dias depois,
segundo determinação do órgão. Para driblar o "congelamento", no entanto, algumas
instituições financeiras já aumentaram os preços ou vão
passar a cobrar por serviços
que antes eram gratuitos.
Levantamento da Febraban
(Federação Brasileira dos Bancos) comparando as tarifas cobradas em janeiro de 2007 com
março deste ano mostrou que
houve elevações significativas.
Como a resolução do Banco
Central saiu no início de dezembro, não é possível mensurar qual parte do reajuste pode
ser creditada ao "congelamento" imposto por seis meses.
No banco Safra, por exemplo,
houve majoração de 150% na
tarifa cobrada pelo fornecimento de talão de cheque, contra uma inflação medida pelo
IPCA de 5,54% para o período.
Já na Caixa Econômica Federal, a variação foi de 33%.
Houve aumentos expressivos também na comparação
entre os preços que serão cobrados a partir do dia 30 com os
que estão em vigor agora. O
Itaú vai subir de R$ 15 para
R$ 150 a tarifa para confecção
de cadastro de novos clientes.
Já quem quiser abrir uma conta no Unibanco, que atualmente não cobra nada por esse serviço, terá de desembolsar
R$ 120, assim como no Real,
que passará a cobrar R$ 60.
Desde ontem, os bancos são
obrigados a divulgar os valores
nas agências e nos sites, além
da lista dos serviços considerados essenciais, que não poderão ser cobrados, como emissão
de dez folhas de cheques e quatro saques no caixa ou no auto-atendimento por mês. Algumas
instituições não estavam cumprindo ontem a determinação
(leia texto abaixo).
Outra alternativa que pode
ser usada para compensar uma
possível redução na receita
com as tarifas é o aumento dos
juros nos empréstimos ao consumidor. "Se os bancos fizerem
essa manobra, [o aumento dos
juros] vai ficar mais transparente com o CET [Custo Efetivo Total]", avalia Roberto Pfeiffer, diretor-executivo da Fundação Procon-SP.
Com a ferramenta em vigor
desde o mês passado, os bancos
são obrigados a informar qual o
percentual anual de juros resultante de todas as taxas e encargos, como TAC (Taxa de
Abertura de Crédito), IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e seguros, o que facilita a
comparação entre instituições.
Outra conseqüência da nova
regulamentação é saber quanto
realmente variou a arrecadação
apenas com os serviços prioritários (ver lista ao lado). Ademiro Vian, assessor técnico da
Febraban, ressalta que os ganhos com tarifas bancárias divulgados atualmente incluem
itens como a taxa de administração dos fundos de investimento, o que, segundo ele, distorce os dados.
Os bancos também terão que
oferecer um pacote de serviços
padronizado, com a quantidade
mínima de saques e extratos
mensais inclusos, entre outros
itens, determinados pelo BC.
Os pacotes já disponíveis podem continuar a ser oferecidos.
Comparação
As tarifas dos serviços prioritários e dos pacotes dos maiores bancos do país foram compiladas no Star (Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços
Financeiros da Febraban) e podem ser consultadas no site
www.febraban-star.org.br.
O sistema já existia desde o
ano passado e, para viabilizar a
comparação, a federação padronizou tarifas que usualmente incidem na conta corrente. Já a uniformização de nomenclatura e a redução de
55 para 20 da quantidade de tarifas que podem ser cobradas e
"congeladas" foram decididas
pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 6 de dezembro último.
Colaborou ANAY CURY , do "Agora"
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