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México pretende pedir até US$ 40 bi ao FMI
Governo quer usar linha de crédito para diminuir temores sobre o peso, que se desvalorizou em 25% ante o dólar desde setembro
Economia do México, a 2ª maior da AL, retraiu-se em 1,6% no 4º tri de 2008, e órgãos como o FMI preveem recessão para este ano
William F. Campbell/Getty Images
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Casa de câmbio na fronteira do México com os Estados Unidos
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
DA REDAÇÃO
Sob a iminência de uma recessão econômica, o presidente
do México, Felipe Calderón,
afirmou ontem que pretende
solicitar linha de crédito de até
US$ 40 bilhões ao FMI (Fundo
Monetário Internacional).
"Temos nossas finanças públicas em ordem e estamos em
condições de tomar a linha de
crédito com o FMI para respaldar as reservas do banco central em US$ 30 bilhões ou até
US$ 40 bilhões, inclusive nesta
semana", disse Calderón em
Londres, onde participará da
reunião do G20.
Segundo dados oficiais divulgados ontem, as reservas da segunda maior economia da
América Latina e a 13ª mundial
chegam a US$ 79 bilhões. "Isso
quer dizer que não temos de
exercitar uma linha de crédito,
mas seria muito útil ter esse dinheiro disponível e enviar um
sinal de solidez da nossa economia", afirmou Calderón.
Com essa medida, o governo
pretende desfazer os temores
sobre a política do banco central de usar as reservas internacionais para impedir uma queda ainda maior da moeda local,
o peso. Apesar de a moeda ter
se valorizado em 7,6% no mês
passado ante o dólar (na maior
alta em 14 anos), ela acumula
queda de 25% desde o agravamento da crise, em 15 de setembro do ano passado.
O México, que assim como o
Brasil recorreu mais de uma
vez ao Fundo, pagou sua última
parcela da dívida com o organismo em 2000 -cinco anos
antes do previsto.
No mês passado, o FMI criou
uma linha de crédito para economias emergentes "com histórico de políticas sustentáveis". Com as declarações de
ontem, o México se tornou o
primeiro país a demonstrar publicamente interesse. O Brasil,
que, segundo jornais estrangeiros, também era um dos alvos
do programa, já negou interesse em acessá-lo.
No poder desde dezembro de
2006, Calderón está enfrentando uma difícil guerra interna
contra o narcotráfico, provocando um aumento de gastos
com segurança pública. Ao
mesmo tempo, o México sofre
diretamente a crise do seu
principal parceiro comercial,
os Estados Unidos, destino de
cerca de 90% das exportações
do país.
Outra dificuldade de Calderón na área econômica é a decadente estatal petroleira Pemex,
cuja produção interna vem sofrendo um constante declínio
ao longo dos últimos anos.
Finalmente, o país sofre também com a diminuição das remessas de seus milhões de imigrantes trabalhando nos EUA.
O resultado disso é que a economia mexicana se retraiu em
1,6% no último trimestre de
2008 ante o mesmo período do
ano anterior, na primeiro queda do PIB desde 2001, e a expectativa de órgãos internacionais como o próprio FMI é que
o país tenha recessão neste ano.
Para diminuir os efeitos da crise, o BC iniciou em janeiro uma
política de redução da taxa de
juros, que caiu de 8,25%, no fim
de 2008, para os atuais 6,75%.
Com agências internacionais
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